VÍDEO: Flávio Dino diz que não tem dúvidas de que Bolsonaro tentou um golpe de Estado no Brasil

4 de abril de 2023 10:01

Em entrevista na manhã desta terça-feira (4) ao historiador neocon Marco Antonio Villa, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que não tem dúvidas de que houve uma tentativa de desencadear um golpe de Estado no Brasil durante as eleições de 2022 para que Jair Bolsonaro (PL) se perpetuasse no poder.

Indagado por Villa se ser possível afirmar que houve uma tentativa de golpe no Brasil, o ministro de Lula foi enfático.

“Não tenho dúvidas. Havia um planejamento e uma inteligência, chamemos assim, que desejava perpetrar o golpe de Estado no Brasil. Isso se verificou antes da eleição, no dia da eleição e posteriormente, nos dias subsequentes”, disse.

Dino lembrou do “silêncio” de Bolsonaro, que tramava o golpe enclausurado no Palácio da Alvorada após a derrota para Lula, e da sequência de fatos que resultaram nos atos terroristas do 8 de janeiro, com a invasão e depredação do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e do edifício-sede do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Lembremos do silêncio, dos bloqueios de estradas, do sucessivos atentados violentos, com tiros, bombas, tentativa de explodir o aeroporto de Brasília, quebra-quebra, baderna generalizada. Tramas de tiros de sniper, de longa distância. Eu vi, eu assisti isso ocorrendo, atuei ao máximo que pude para minimizar esses riscos e agora essa atividade profissional, independente, técnica da PF as provas vão surgindo. Havia uma percepção geral e agora as provas vão preenchendo lacunas e chegando à conclusões terríveis, no sentido de que havia uma tentativa em curso de perpretação daquilo que hoje é chamado de crime contra o Estado Democrático de Direito”, afirmou o ministro.

Dino ainda considerou de “imensa gravidade” as últimas informações de que o antecessor no cargo, Anderson Torres, comandou a operação para o bloqueio de estradas durante em locais onde Lula teve expressiva votação no primeiro turno para tentar evitar a vitória na segunda etapada eleição. 

Segundo Dino, a investigação da PF mostram “múltiplos indícios” que, em conjunto, equivaleriam à prova do envolvimento de Anderson Torres na tentativa de fraudar as eleições. A PF investiva agora se o ex-ministro atuou a mando de Bolsonaro.

“Há múltiplos indícios, de elaboração de relatório, de viagens, comandos, determinações administrativas e nós temos um indício muito eloquente: o fato ocorreu. No dia 31 de outubro houve essas ditas operações atípicas. Ou seja, a soma desses indícios leva ao que eu lembre de uma nota de rodapé de um livro muito conhecido no mundo do Direito, do professor Hely Lopes de Meirelles, em que ele diz assim: ‘indícios vários e concordantes constituem prova’. Então é mais ou menos nesse terreno onde estamos: múltiplos indícios, são convergentes, vamos aguardar o término das apurações disso que considero um fato de imensa gravidade. Faço questão de sublinhar: imensa gravidade. Porque isso significa um engendramento governamental para tentar fraudar uma eleição”, afirmou.

Reprodução/Revista Fórum

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