Servidores fazem atos em todo o país e entregam carta aos congressistas
3 de fevereiro de 2021 11:45Trabalhadores e trabalhadoras do serviço público participaram nesta segunda, 1º, de manifestações e carreatas em várias cidades brasileiras, em defesa do serviço público e para exigir do governo federal ações que garantam a vacinação para todos os brasileiros. A mobilização foi organizada pelo Fórum Nacional das Entidades de Servidores Públicos Federais (Fonasefe), que reúne mais de 30 entidades, entre elas a CUT e a Confederação dos Servidores Públicos Federais (Condesef).
Em Brasília, o ato, no mesmo dia da eleição para as presidências da Câmara e do Senado, foi marcado pela entrega de uma carta aos candidatos durante a vigília montada em frente ao anexo II da Câmara dos Deputados para acompanhar a votação, que deve entrar pela madrugada. Por conta da pandemia, não autorizaram a entrada dos manifestantes nas dependências do Congresso Nacional.
O secretário-geral da Confederação dos Servidores Federais (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, explica que a escolha da data não é coincidência e tem como objetivo protestar contra as manobras de Jair Bolsonaro para eleger seus ‘apadrinhados’ – Arthur Lira (PP-AL) para a Câmara e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para o Senado. O papel do Congresso, ele diz, é fiscalizar o executivo e não ficar aliado a ele, especialmente em uma gestão genocida como é a do governo Bolsonaro, que debocha da pandemia do novo coronavírus, que já matou mais de 220 mil brasileiros, orienta a prescrição de medicamentos que não têm eficácia comprovada, ignora as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para conter o avanço da pandemia, como o uso de máscaras e tratou com descaso a compra de vacinas contra a Covid-19.
Entre as reivindicações, os representantes do Fórum argumentam que uma das principais pautas desse início de 2021 é a luta por vacina contra a Covid-19, gratuita para todas e todos, pois engloba a defesa da vida das trabalhadoras e trabalhadores. Eles salientam que os serviços públicos têm mostrado toda sua importância no cenário de pandemia, com o SUS, pesquisas, aprovação emergencial da vacina para imunizar a população.
Ameaças
Duas propostas de emenda constitucional (PECs) ameaçam os direitos do funcionalismo público. A PEC Emergencial nº 186, de 2019, prevê a redução temporária de 25% da jornada laboral e salário de servidores em períodos de crise financeira. Já a PEC nº 32, de 2020, chamada de reforma administrativa, mexe na forma de contratação, na remuneração e no desligamento de pessoal. “O governo está apostando em uma das duas PECs para continuar destruindo os direitos do funcionalismo”, alerta o dirigente.
“É preciso que o Congresso não apoie essa ideia de estado mínimo, porque não será atacando as empresas nacionais, os servidores públicos e seu trabalho que venceremos a crise que se agravará. A sociedade não pode mais pagar essa conta, por isso as manifestações estão aumentando em todo o país, é preciso que apurar a responsabilidade por tanto desrespeito à vida humana”, avalia Jair Ferreira, diretor de Formação da Fenae.
Fonte: Fenae / Foto: Fenae