Policiais próximos a Ramagem são investigados pela CGU por “sumiço” da Abin em 2022

7 de fevereiro de 2024 09:33

Um grupo de delegados e policiais federais que atuava junto ao deputado Alexandre Ramagem (PL–RJ) durante sua gestão como diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) está sendo alvo de sindicâncias na Controladoria-Geral da União (CGU), segundo informações do site ICL Notícias. A suspeita recai sobre possível abandono de trabalho, já que a atuação desses profissionais na instituição permanece desconhecida em diversos meses de 2022.

Os alvos das sindicâncias incluem o policial federal Felipe Arlotta e o delegado federal Marcelo Bormevet, ambos afastados de suas funções na Polícia Federal por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no âmbito da Operação Vigilância Aproximada, juntamente com outros cinco policiais federais.

Após a saída de Ramagem da direção da Abin em março de 2022, quando ele decidiu concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados, seus antigos colaboradores conhecidos como “homens de confiança” deixaram de trabalhar na Abin. A agência não possui registros da atuação desses policiais ao longo de vários meses do ano em que ocorreu a eleição presidencial.

Fontes próximas ao caso indicam que as sindicâncias estão avançadas, e os investigados enfrentam o risco de demissão. Arlotta, conhecido por sua proximidade com o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos–RJ), e Bormevet, defensor explícito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em redes sociais, são figuras centrais nesse processo.

Agentes da Abin revelaram ter conhecimento de que Arlotta supervisionou operações secretas em comunidades no Rio de Janeiro, incluindo o uso de drones para a produção de imagens. Essa atuação levanta ressalvas, uma vez que a Abin é responsável por inteligência de estado e segurança nacional, não sendo atribuição da agência o trabalho de segurança pública.

Vale destacar que durante a busca e apreensão nos endereços de Ramagem em 25 de janeiro, a PF encontrou um computador e um celular da Abin em posse do ex-diretor, juntamente com documentos que indicam planejamento e execução de operações em comunidades do Rio.

Os investigadores agora buscam determinar se esses relatórios foram produzidos dentro da Abin, uma vez que não possuíam timbre ou identificação, sendo um deles denominado “Plano de Operações 06/2021”, conforme informações do UOL.

Foto: Divulgação

Reprodução/Diário do Centro do Mundo

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