Oposição pede impeachment do presidente da Coreia do Sul após decreto de lei marcial

4 de dezembro de 2024 10:49

Seis partidos de oposição na Coreia do Sul formalizaram nesta quarta-feira (4) um pedido de impeachment contra o presidente golpista Yoon Suk Yeol, após a polêmica causada pelo decreto de lei marcial, que restringia liberdades civis. O presidente recuou e anulou a medida ainda na noite de terça-feira (3), mas a crise política já havia se instalado.

Para que o impeachment avance, é necessário o apoio de dois terços dos parlamentares, onde a oposição tem maioria, além da aprovação de seis dos juízes do Tribunal Constitucional.

O pedido foi assinado por 191 legisladores da oposição e pode ser votado nesta sexta-feira (6), de acordo com o deputado Kim Yong-min, do Partido Democrático, principal sigla opositora, conforme noticiado pela agência Yonhap.

O decreto gerou um intenso desgaste no governo de Yoon. Como resposta à crise, assessores próximos e secretários apresentaram suas renúncias coletivas, enquanto o ministro da Defesa, Kim Yong Hyun, enfrenta crescente pressão para deixar o cargo. As demissões foram entregues após a Assembleia Nacional votar contra o decreto e a medida ser oficialmente revogada.

O decreto

Mais cedo, Yoon Suk Yeol havia decretado a lei marcial, que permite substituir as leis civis por normas militares e impõe restrições severas à imprensa, ao legislativo e às forças policiais. O presidente defendeu sua decisão alegando que o país precisava ser protegido de aliados da Coreia do Norte.

“Declaro lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas, para erradicar as desprezíveis forças antiestado pró-norte-coreanas que estão saqueando a liberdade e a felicidade do nosso povo, e para proteger a ordem constitucional livre”, justificou.

O caos

A medida provocou um clima de caos, com protestos se espalhando por Seul. Um vídeo mostra o momento em que Ann Gwi-ryeong, porta-voz do Partido Democrático, confrontou um soldado armado em frente ao parlamento.

Durante a tensa interação, transmitida pela emissora JTBC News, o soldado repetia: “Saia do caminho!”, enquanto Ann respondia firmemente: “Você não tem vergonha de si mesmo?”.

A decisão surpreendeu a população e também gerou oposição dentro do governo. Após o decreto, o acesso à Assembleia Nacional foi bloqueado por forças especiais da polícia para tentar conter os manifestantes. Ainda assim, deputados opositores conseguiram realizar uma sessão de emergência.

Foto de capa: Via Fotos Públicas

Reprodução/Diário do Centro do Mundo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *