O plano de Tarcísio para convencer Moraes a reativar o X

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tentou interceder junto ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para reverter a suspensão do X, antigo Twitter, no Brasil. Em um encontro realizado no último fim de semana, o bolsonarista propôs ao ministro que o governo paulista apresentasse um recurso pedindo a reconsideração da decisão que suspendeu a plataforma no país.

O argumento central do governador girava em torno de questões econômicas, destacando o impacto negativo que o banimento de uma rede social poderia trazer ao país. Segundo aliados de Tarcísio, ele teria argumentado que a suspensão do X prejudica a economia do conhecimento, setor em crescente desenvolvimento no Brasil e no mundo.

“O banimento de uma rede social é ruim para o Brasil, sobretudo em um momento em que a economia do conhecimento é a bola da vez”, teria dito o governador durante a reunião. Tarcísio tentou destacar a importância de manter plataformas digitais ativas, não apenas para o diálogo social, mas também para o desenvolvimento econômico, com a geração de negócios e inovação.

Porém, de acordo com fontes próximas ao Supremo, Moraes rejeitou imediatamente a proposta de Tarcísio. “Nem insista”, teria afirmado o ministro ao governador, sinalizando que não havia espaço para reconsiderações no que diz respeito à suspensão da plataforma.

A decisão do magistrado é parte de uma série de medidas adotadas contra a disseminação de desinformação e conteúdos considerados danosos à ordem democrática no país, contexto no qual a plataforma X vinha sendo criticada por não adotar medidas eficazes para conter a propagação de notícias falsas.

A suspensão do X foi decretada na última sexta-feira (30), após a empresa descumprir ordens de bloqueio de perfis, acumular multas de mais de R$ 18 milhões e fechar seu escritório no Brasil, retirando um representante legal no país.

Na segunda-feira (2), a Primeira Turma da Corte, por unanimidade, decidiu manter o bloqueio da rede social, que só poderá voltar a operar no país após cumprir as ordens de bloqueio, pagar as multas acumuladas e nomear um representante legal no país.

Foto de capa: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Reprodução/Diário do Centro do Mundo