Jair Renan Bolsonaro é indiciado por suspeita de fraude em empréstimo bancário

16 de fevereiro de 2024 10:10

Jair Renan Bolsonaro, o filho ‘zero-quatro’ do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi indiciado nesta quinta-feira (15) por suspeita de fraude em documentação destinada a obtenção de um empréstimo bancário. Após a conclusão do inquérito, a Polícia Civil do Distrito Federal também indiciou Maciel Alves de Carvalho, que atuou como instrutor de tiro de Jair Renan e já chegou a ter mais de 10 CPFs.

Os dois serão investigados pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro. Agora o Ministério Público decidirá se oferece ou não a denúncia à Justiça. Também são acusados de estelionato pelos investigadores, mas como o Banco Santander não prestou queixa, o indiciamento não abarcou essa acusação.

O presente inquérito é o mesmo que deu origem à Operação Nexum, do Departamento de Combate à Corrupção da PC-DF, que em agosto passado realizou operações de busca e apreensão na casa de Jair Renan, Maciel e outros dois alvos.

De acordo com reportagem do g1, os investigadores apontam que a dupla falsificou pelo menos quatro relatórios de faturamento da RB Eventos e Mídia, empresa que Jair Renan era proprietário. De acordo com a fraude, a empresa teria faturado mais de R$ 4,5 milhões entre 2021 e 2022, o que nunca foi condizente com a realidade.

Maciel e Jair Renan teriam usado esses dados falsificados para obter lastro a fim de contratar um empréstimo de R$ 157 mil. Conseguiram e, em seguida, tomaram mais dois empréstimos.

Mas não é só isso. Parte do dinheiro obtido com a fraude foi usado pelo ‘zero-quatro’ para pagar faturas de cartão de crédito que estavam na casa dos R$ 60 mil. No final de 2023, ele já tinha uma dívida de mais de R$ 360 mil com o Santander.

À polícia, Jair Renan afirmou que não reconhecia suas assinaturas e disse que teriam sido falsificadas. Mas os peritos o desmentiram. De acordo com a Civil, ele ainda teria ido pessoalmente à agência bancária contratar o empréstimo e autorizou as transações por meio de biometria.

Para complicar ainda mais a situação, o dinheiro teria ido para a conta de Antônio Amâncio Alves Mandarrari antes chegar a Maciel e Jair Renan. Mas Mandarrari, conforme apontam os investigadores, não existe. A conta em questão era movimentada exclusivamente por transações que envolviam os autores do esquema. A existência de um “laranja fictício” teria feito com que os investigadores também acusem a dupla de praticar a lavagem de dinheiro.

Por fim, a RB Eventos, empresa que teria rendido milhões entre 2021 e 2022, foi doada por Jair Renan a Marcos Aurélio Rodrigues dos Santos, outro investigado pelo esquema e proprietário de um clube de tiro, em 13 de março de 2023. As defesas não comentaram o indiciamento.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Reprodução/Revista Fórum

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