Israel não cumpre acordo e brasileiros estão fora da lista para deixar Gaza: “terror”

8 de novembro de 2023 11:48

A previsão dos 34 brasileiros-palestinos para deixar a faixa da Gaza por meio da fronteira com o Egito nesta quarta-feira (8) foi frustrada mais uma vez e o grupo segue em meio aos bombardeios das forças israelenses no sul da região, próximo à fronteira com o Egito.

O veto aos brasileiros na sexta lista dos estrangeiros que deixam a zona de conflito descumpre um acordo que foi feito por Israel com a diplomacia do Brasil.

O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, havia dito na semana passada que o chanceler Eli Cohen, do governo sionista de Israel, havia lhe garantido que os brasileiros deixariam Gaza até esta quarta. A nova previsão é que o grupo entre na lista desta quinta-feira (9).

Nas redes sociais, Hasan Rabee, que mora em São Paulo e foi para Gaza com a família em setembro para visitar a mãe, chegou a fazer uma publicação no Instagram nesta terça-feira (7) dizendo: “boa noite pode acontecer amanhã”.

Rabee está com a esposa, duas filhas e mais de dez familiares na casa da mãe dele em Khan Yunis, no sul da região, aguardando a repatriação e relata um cenário desesperador pelo qual estão passando.

“Além do sofrimento causado pelos bombardeios, o mais difícil agora é encontrar comida. É quase impossível! Muita gente está passando fome. É um terror”, contou ao portal Uol.

Segundo ele, não há mais energia, água encanada e gás e a comida é escassa e cara. Um saco de farinha que era vendido por cerca de R$ 40 é encontrado hoje até por R$ 300.

“Mais de 30 dias de guerra, de conflito, e não encontramos gás. Energia não existe mais, água encanada também não. Infelizmente, não há previsão para chegar. A farinha que a gente usa para fazer pão não existe mais no mercado. Macarrão e enlatados a gente não encontra”, afirma. “Quando elas [filhas] estão com fome, comem pepino porque é mais barato”, emendou.

Segundo o embaixador brasileiro na Cisjordânia, Alessandro Candeas, na lista desta quarta estão 228 ucranianos, 107 filipinos, 100 estadunidenses, 75 alemães, 51 romenos e 40 canadenses. 

Foto: Pixabay / Hosny Salah

Reprodução / Revista Fórum

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