Heleno participou de grupo de WhatsApp com militares que discutiam planos golpistas, diz coronel
20 de junho de 2023 11:20O general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), fez parte de um grupo de WhatsApp com militares que discutiam ações golpistas para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com a colunista Juliana Dal Piva, do UOL, a existência do grupo chamado “Notícias Brasil” foi revelada pelo coronel aviador reformado Francisco Dellamora. Segundo o coronel, Heleno lia as mensagens, mas não se manifestava sobre as iniciativas golpistas.
Além de Heleno, estavam no grupo, segundo o coronel, o general da reserva Sérgio Etchegoyen, que comandou o GSI no governo Michel Temer (MDB) e cerca de 40 militares entre oficiais da ativa e da reserva, ou seja, integrantes do Estado-Maior, do Ministério da Defesa e militares da área de Informações da Aeronáutica.
“Nós não consideramos legal [a eleição]. Consideramos o STF [Supremo Tribunal Federal] na ilegalidade. O TSE [Superior Tribunal federal] na ilegalidade. E todos os dias eles praticam mais um ato de ilegalidade. Invadiram os escritórios do senador Marcos Do Val”, disse Dellamora.
Heleno, no entanto, disse que não se recorda do grupo e que nunca ouviu “essas histórias de que se vai decretar intervenção”. “Não sei quem participou. Internet é um negócio que você começa a responder uma porção de coisas, mas nunca participei disso”, afirmou.
“Eu não me lembro de ter lido essas mensagens porque não me lembro desse grupo. O coronel Dellamora está muito velho. Não sei a importância que ele tem no quadro político nacional hoje”.
O grupo, entretanto, existiu até 8 de janeiro de 2023, dia dos atos terroristas promovidos por simpatizantes do ex-chefe do Executivo às sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Dellamora afirmou que existia uma expectativa de greve ou da eclosão de um movimento que, na visão dele, permitisse o “uso da lei e da ordem”. A partir do dia 8, porém, um brigadeiro, que era o administrador do grupo, encerrou o canal de troca de mensagens.
Reprodução/Diário do Centro do Mundo