Extrema-direita usa teologia violenta contra LGBTs para controle social, diz Henrique Vieira

5 de julho de 2023 10:17

Em entrevista ao programa Fórum Café desta quarta-feira (5), o deputado federal e pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) comentou as falas recentes do pastor André Valadão e a ascensão do conservadorismo evangélico dentro do nosso país.

“É majoritariamente popular, majoritariamente de mulheres e majoritariamente negro. É uma fração da classe trabalhadora brasileira no nosso país. Agora, de fato tem um conservadorismo predominante, mas não unânime, e de fato existe um fundamentalismo evangélico muito vinculado à extrema-direita e ao bolsonarismo que tem penetrado fortemente nas instituições”, disse.

“Há uma violência desse setor evangélico”, disse. “A gente precisa saber identificar esse fundamentalismo e combatê-lo firmemente, pedagogicamente, porque esse fundamentalismo é autoritário e violento”, completou o deputado.

“Se entregar o evangélico para extrema-direita, nós temos um problema, porque é uma fração cada vez mais numérica da classe trabalhadora do nosso país”, disse.

Sexualidade, conservadorismo e controle

Nesta segunda-feira, um vídeo de André Valadão pedindo a morte das pessoas LGBTQIA+ em seu palanque da Igreja Batista da Lagoinha viralizou nas redes sociais. As imagens chocaram e causaram revolta de diversos setores da sociedade, inclusive dentro do governo Lula. Vieira, que é pastor evangélico e deputado federal do campo da esquerda, comentou o caso.

“Dentro de uma determinada teologia cristã hegemônica a sexualidade sempre foi um problema”. afirmou. “A sexualidade como fonte de prazer, de liberdade, como uma experiência constitutiva da humanidade, sempre foi um problema para uma teologia baseada culpa e no medo”, disse.

Henrique relembrou a violência contra as pessoas LGBTQIA+. “Corpos domesticados inclusive em sua sexualidade são corpos mais interessantes a um sistema de controle e de medo. A diversidade sexual desmonta esse castelo, ela afirma a força da individualidade e da singularidade, então ela é um problema para o sistema ultraconservador”, diz.

“Há uma teologia agressiva a partir de uma leitura não-filtrada pelo Cristo”, diz. “Tem a ver como uma forma de interdição de controle da sexualidade”, disse.

Reprodução/Revista Fórum

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *