Especialista aponta técnica que pode ajudar pacientes com depressão e dor crônica
29 de agosto de 2024 18:25A estimulação do cérebro por meio de técnicas não-invasivas tem ajudado a amenizar sintomas de doenças como depressão crônica, dor crônica e Parkinson. De acordo com a fisioterapeuta Marcela Botelho, a estimulação é feita por meio de um contato externo do aparelho de neuroestimulação com a cabeça do paciente e pode ajudar, inclusive, quem teve sequelas neurológicas da covid-19.
“Não é um tratamento experimental. A neuroestimulação não-invasiva já é estudada há 35 anos. Começou a ser estudada no ramo da psiquiatria para ajudar pacientes que não respondiam bem às medicações ou não suportavam os efeitos colaterais delas”, afirmou Marcela Botelho.
Segundo a fisioterapeuta, os estudos tiveram sucesso e a técnica começou a ser usada para outras patologias neurológicas, como taxia, Parkinson, sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), e hoje em dia é muito utilizada para dor crônica.
A técnica também pode ser benéfica no tratamento de sequelas pós-covid. Entre as reclamações recorrentes das pessoas afetadas com o vírus estão a falta de atenção, de concentração, redução da memória e fadiga mental, segundo a especialista.
De acordo com Marcela Botelho, há vários resultados positivos com a ativação cerebral da região cognitiva, por meio da associação do treino cognitivo como exercício de memória e de atenção, às queixas dos pacientes.
“Como a covid é uma coisa relativamente nova, isso tudo está em fase de estudo, não temos ainda um protocolo ou nível de evidência fechado, mas já estamos usando muito para sequelas de covid, tanto motoras quanto não-motoras”, explicou a fisioterapeuta.
A neuroestimulação não-invasiva ainda não está no rol da Agência Nacional de Saúde (ANS), portanto, ainda não está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, já há um projeto de lei tramitando na Câmara dos Deputados propondo a inclusão. O PL 5376/2023 já teve parecer aprovado na Comissão de Saúde na Câmara e aguarda para ser apreciado na Comissão de Finanças e Tributação (CFT).
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Com informações do Correio Braziliense