Empregadas Caixa de Salvador debatem equidade de gênero e liderança feminina

Cerca de 60 trabalhadoras do banco público, vinculadas à Superintendência Regional de Salvador, participaram do Congresso Liderança Feminina, que teve apoio da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal da Bahia (Apcef/BA) e da Associação dos Gestores da Caixa no estado (Agecef/BA).

“Nós criamos uma comissão local de equidade de gênero. Foi inciativa de um grupo de empregadas e organizamos um congresso de liderança para explicar os objetivos da comissão e para contextualizar hoje o cenário da mulher no mercado de trabalho e na Caixa em relação aos cargos de liderança e chefia de unidade”, explica a diretora Administrativa da Apcef/BA e uma das organizadoras do encontro, Marcela Joyce da Costa Azevedo.

Segundo ela, números do site pessoas.caixa/diversidade, relativos a janeiro de 2023, apontam, por exemplo, que na Rede  de Varejo das 72 chefias de unidades da SR Salvador 17 são ocupadas por mulheres, o que corresponde a cerca de 23%. Em cargos gerenciais, do total de 312, as mulheres ocupam 132 (42,30%). Em nível nacional, das chefias de unidades 28,33% são ocupadas por mulheres e os cargos gerenciais 45,66%.

“A comissão surgiu da nossa percepção de que a mulher, no ambiente corporativo, precisa de mais do que equiparação salarial, é preciso equidade e tratamento diferenciado nas demandas que são apenas femininas. As jornadas duplas e as vezes até triplas de trabalho podem desmotivar em algum momento o nosso pleito por cargos mais relevantes, mas não é desinteresse no crescimento, é cansaço por saber que o caminho é mais árduo e os critérios de avaliação subjetivos são muito mais rigorosos. É a profissional mulher tendo que provar o tempo inteiro que merece estar naquele lugar”, reforça Marcela Joyce.

Ela relata que inicialmente o comitê foi composto por 22 mulheres. Em uma pesquisa inicial para criação desse coletivo, 78% das mulheres responderam que têm interesse em encarreiramento e crescimento profissional, o que, em sua avaliação, derruba o argumento mais cômodo que é “mas as mulheres não querem”.

Objetivo do comitê é debater, refletir, propor soluções de boas práticas, fortalecer e capacitar para alcançar equidade de gênero nas entidades associativas e funções de chefia de Salvador.

A programação do Congresso contou com dinâmica de biodança que tratou sobre sororidade e liderança feminina, palestra História do Feminismo e Liderança Feminina- Caminhos e Desafios, além de relatos de experiência de roda de diálogos.

Na sede da Apcef/BA, onde foi realizado o encontro, as empregadas que são mães contaram com espaço kids para deixar os filhos.

Reprodução/Fenae