Dinheiro na cueca e milícia: Conselho de Ética do Senado destrava representações contra Flávio, Damares e Chico Rodrigues

14 de junho de 2023 10:15

Nesta quarta-feira (14), o Conselho de Ética do Senado Federal se reúne para avaliar 13 pedidos de abertura de investigação referentes à conduta de senadores dentro e fora da Casa. Casos envolvem parlamentares como Flávio Bolsonaro, Damares Alves, Jorge Kajuru e Chico Rodrigues. O colegiado é presidido pelo senador Jayme Campos (União-MT). A informação é do jornal O Globo.

Uma das denúncias é contra o senador Cid Gomes (PDT-CE). Em outubro de 2019, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) entrou com representação contra ele. Na ocasião, o parlamentar se referiu a Lira como “achacador” e afirmou que o presidente da Câmara definiria suas práticas com base em “chantagem, para a criação de dificuldades para encontrar propostas de solução”.

Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi alvo de duas representações no Conselho de Ética do Senado. A primeira foi apresentada pelos partidos PT, PSOL e Rede em fevereiro de 2020. As siglas pedem a investigação dele diante do que apontam como “ligação forte e longeva com as milícias no Rio de Janeiro”.

Eles apontam a suposta realização de um esquema de “rachadinha” no gabinete de Flávio quando era deputado estadual, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Em 2020, o deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) também alegou que o senador estaria tentando interferir nas investigações sobre o suposto esquema de “rachadinha”, além de relatar um suposto tráfico de influência.

Também em 2020, o então presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-PA), foi alvo de uma acusação de extravio de documentos públicos, prevaricação, atos de improbidade administrativa e “descumprimento dos deveres fundamentais dos senadores”. O pedido foi apresentado pelo juiz do Amapá, Wilson Koressawa.

Jayme Campos (União-MT), hoje presidente do Conselho de Ética, também foi alvo de uma representação em 2020. Ele supostamente agrediu um cidadão que estaria tentando gravar uma entrevista com sua esposa e então prefeita de Várzea Grande (MT), Sra. Lucimar. A representação foi apresentada pelo Pros.

O senador Chico Rodrigues (PSB-RR) foi alvo, em 2020, de uma representação assinada pelo Cidadania e pela Rede, por suposto envolvimento em esquema de desvio de recursos que seriam destinados ao combate à Covid-19 em Roraima. Ele foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) em que tentou esconder maços de dinheiro na cueca.

Em 2020, o ex-senador Luiz Carmo (GO) entrou com representação contra o também senador Jorge Kajuru (PSB-GO) por ter publicado em suas redes sociais uma listagem com os orçamentos gastos por senadores goianos com pedido de consultoria. Ele ainda foi alvo de uma representação de Flávio Bolsonaro pela publicação, em abril de 2021, de parte da gravação de uma conversa com o então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Já em 2021, o deputado federal José Medeiros (Podemos-MT) apresentou representação contra o senador Humberto Costa (PT-PE) por supostamente ter tido acesso a informações e decisões judiciais antes que elas tivessem vindo a público.

Também em 2021, a então deputada federal Joice Hasselmann apresentou uma representação contra o senador Styvenson Valentim (Podemos-RN) por conta de uma live. Na ocasião, ele teria ironizado o episódio de violência física sofrida por Joice, alegando que ela usaria cocaína.

Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP) também foi alvo de uma representação no Conselho de Ética por se referir ao então presidente Jair Bolsonaro como “genocida” e “ladrão” e ao então governo do ex-capitão, como “criminoso e corrupto”. A representação foi apresentada pelo ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ).

Em 2021, o senador José Medeiros (Podemos-MT) entrou com representação contra o então senador Paulo Rocha, do PT, por ele ter chamado o ex-chefe do Executivo de “ditador” e seu governo, de “corrupto, miliciano e genocida”.

Já neste ano, a senadora bolsonarista Damares Alves (Republicanos-DF) foi alvo de uma representação do PSOL por ter usado “a máquina pública como um instrumento para a política etnocida e racista contra os Povos Indígenas e, em particular, contra o Povo Yanomami”, quando ficava à frente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.

Reprodução/Diário do Centro do Mundo

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