Declaração faz parte de estratégia para colocar freio em sanha assassina de Israel, diz Lula a ministros
20 de fevereiro de 2024 10:22O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) explicou a ministros e assessores, durante uma reunião realizada na última segunda-feira (19) no Palácio da Alvorada, em Brasília, os motivos pelos quais comparou a morte de palestinos na Faixa de Gaza ao Holocausto.
De acordo com relatos, Lula destacou aos auxiliares que sua declaração faz parte de uma estratégia de colocar um freio no que considera uma “sanha assassina de Israel em relação a civis palestinos”, conforme informações do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.
O presidente brasileiro também expressou a crença de que sua fala pode abrir espaço para que líderes de outros países condenem o governo israelense nos próximos dias.
Na visão de Lula, essa pressão internacional pode contribuir para persuadir o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a aceitar um cessar-fogo com o grupo palestino Hamas, algo que Netanyahu ainda rejeita.
A reunião do petista teve início por volta das 10h30 e foi encerrada às 13h. Participaram do encontro os ministros Paulo Pimenta (Secom), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral).
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também participou remotamente da reunião do Rio de Janeiro, onde o chanceler brasileiro está envolvido em compromissos relacionados ao G20. Além disso, o ex-chanceler Celso Amorim, principal assessor especial de Lula para assuntos internacionais no Palácio do Planalto, também esteve presente no encontro.
O governo Netanyahu acusou o líder brasileiro de banalizar o morticínio nazista ao compará-lo com a situação em Gaza. Os comentários de Lula ocorreram durante a coletiva que o petista concedeu a jornalistas pouco antes de deixar a Etiópia e retornar ao Brasil.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula ao criticar a decisão de países ocidentais de suspenderem os aportes para a agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Reprodução/Diário do Centro do Mundo