Com medo da prisão, Mauro Cid chora antes de audiência com Moraes

21 de novembro de 2024 11:44

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), chegou a chorar na presença de familiares diante do risco de prisão e medo de perder os benefícios de sua delação premiada, na véspera de uma audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), segundo informações do blog de Jussara Soares, da CNN Brasil.

Nesta quinta-feira (21), às 14h, ele será interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes, que conduz o inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado. A sessão foi convocada para esclarecer inconsistências e omissões detectadas pela Polícia Federal (PF) em seu depoimento mais recente, realizado na última terça-feira (19). O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também estará presente na audiência.

Entre familiares, Mauro Cid tem reafirmado que nunca teve conhecimento de um plano para assassinar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) ou Moraes. Apesar disso, admite em conversas emocionadas, frequentemente chorando, que sabia da existência de uma trama para manter Bolsonaro no poder, mas nega qualquer envolvimento em um plano que envolvesse assassinatos.

O militar, segundo relatos, insiste que respondeu todas as perguntas feitas pela PF e que espera conseguir esclarecer o contexto de mensagens que, para os investigadores, indicam seu conhecimento sobre a trama.

As mensagens recuperadas pela PF sugerem que Cid sabia do monitoramento de Moraes, um dos principais pontos que podem levar ao cancelamento de seu acordo de delação premiada. Em depoimento, o tenente-coronel alegou não ter compreendido que tal monitoramento seria uma prática ilegal.

De volta à prisão?

Fontes próximas ao ex-ajudante de ordens se mostram pessimistas quanto à manutenção de sua delação premiada. Avaliam que, caso o acordo seja cancelado, Cid corre o risco de ter a prisão decretada novamente ao final da audiência. Contudo, mesmo que a delação seja anulada, as provas e informações fornecidas por ele continuarão válidas para o inquérito em curso.

A PF, por sua vez, está prestes a concluir a investigação sobre Bolsonaro e seus aliados pela tentativa de golpe de Estado. A audiência com Mauro Cid deverá ser um dos atos finais dessa investigação, marcando mais um capítulo decisivo na apuração do caso.

Imagem de destaque: Lula Marques/Agência Brasil

Reprodução/Diário do Centro do Mundo

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