Com 7,8 milhões de kWh, Taguatinga lidera ranking de “gatos de energia”
6 de agosto de 2024 17:02Nos primeiros seis meses deste ano, a Neoenergia Brasília recuperou 43 milhões de kWh de energia furtada — o suficiente para abastecer até 245 mil residências por um mês. O furto é caracterizado quando um local puxa energia diretamente da rede elétrica sem a medição do consumo e o conhecimento da empresa.
A região administrativa que lidera a prática é Taguatinga com 7,8 milhões kWh, seguida da área central de Brasília (3,7 milhões), Planaltina (3,6 milhões), Gama (3,1 milhões), São Sebastião (2,4 milhões), Lago Sul (2,2 milhões), Brazlândia (1,7 milhão), Ceilândia (1,6 milhões), Samambaia (1,4 milhão) e Paranoá (1,1 milhão).
De acordo com a Neoenergia, entre janeiro e junho de 2024, houve 216 autuações pelo furto de energia em Taguatinga. Juntas, as ocorrências somam mais de 7,8 milhões de kWh — o que seria suficiente para abastecer 42.977 casas por 30 dias. Em segundo lugar no ranking de energia furtada aparece a área central de Brasília. Com 212 flagrantes em 2023.
Padarias e mercados
A fim de combater o furto de energia, a empresa realiza operações em todo o DF. Recentemente, uma rede de padaria foi alvo dessa ação. A padaria, localizada em Ceilândia, fez “gato de luz” e desviou o equivalente a R$ 850 mil no consumo de energia elétrica.
O estabelecimento teve o fornecimento de luz cortado pela Neoenergia com a retirada do relógio medidor, em 31 de maio deste ano, justamente pela falta de pagamento das contas de luz. No entanto, os fiscais da empresa constataram que a padaria seguia funcionando normalmente e acionaram a Polícia Civil (PCDF).
Já no ano passado, a PCDF prendeu preventivamente dois sócios e um eletricista de uma rede de supermercados pelo desvio de, aproximadamente, R$ 1,15 milhão em energia elétrica. A investigação constatou que os suspeitos estavam destruindo evidências de outras ligações clandestinas instaladas em unidades da rede que ainda não haviam sido periciadas.
O que acontece após o flagrante
Segundo a Neoenergia, quando é identificado um furto de energia, após a operação, toda a energia não medida e consumida é cobrada por meio de processo administrativo. Em caso de regularização, as irregularidades são retiradas, os estabelecimentos regularizados e as constatações enviadas à Polícia Civil para que os responsáveis respondam em âmbito criminal.
“A nossa missão é intensificar as fiscalizações até o fim do ano e garantir que novas operações para combater o furto de energia elétrica sejam realizadas em todo o DF”, garante Madson Melo, gerente de Gestão da Receita da Neoenergia Brasília. “É importante reforçar que todos nós pagamos pelo prejuízo causado por esse tipo de crime”, finaliza.
A empresa frisa que os “gatos de energia” representam riscos para a segurança de quem os realiza e da população. A prática ilegal prejudica o fornecimento de energia da região, podendo causar graves problemas para a rede elétrica e ocasionar a interrupção do abastecimento.
O furto de energia é crime previsto no artigo 155 do Código Penal Brasileiro, com pena de até oito anos de reclusão. A Neoenergia reforça que o apoio da comunidade é essencial para identificar os desvios. As denúncias podem ser feitas, de forma anônima, por meio do telefone 116.
Foto: Neoenergia
Fonte: Metrópoles