8 de Janeiro: PMs se esconderam no banheiro do STF para não enfrentar terroristas
6 de julho de 2023 10:40Durante a invasão ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 8 de janeiro, um grupo de policiais militares do Distrito Federal teria se escondido no banheiro enquanto agentes da Polícia Judicial tentavam conter a horda terrorista que destruía o que via pela frente no plenário da Corte. As informações são do Estadão.
A ação dos PMs foi capturada por câmeras de segurança do local. Os dispositivos flagraram o momento em que os agentes de segurança entraram no banheiro para se esconder.
O Estadão solicitou, via LAI (Lei de Acesso a Informação), o compartilhamento da íntegra dos vídeos, mas o pedido foi negado sob a alegação de que as imagens gravadas “são de caráter reservado e não poderão ser fornecidas a terceiros”. No entanto, fontes relataram que a corregedoria da PM instaurou procedimentos internos para apurar a conduta dos policiais flagrados no episódio em questão.
Cabia justamente à PM realizar as ações de segurança para impedir que os manifestantes extremistas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se aproximassem e destruíssem as instalações públicas. Por esse motivo, a atuação da corporação está entre as prioridades da investigação conduzida pela CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga o 8 de Janeiro.
Na última semana de Junho, o Supremo encaminhou ao colegiado os relatórios que detalham cada item danificado durante a invasão golpista e que podem guiar as próximas fases da apuração.
O relatório produzido pela Corte detalhou o gasto estimado para restaurar por completo todos os bens danificados pelos terroristas. A cifra poderia ser ainda maior porque não inclui 112 itens de valor inestimável que foram estragados, roubados ou destruídos, como um dos nove lustres de cristal no estilo Napoleão III, datado de 1870. O item foi quebrado pelos vândalos e não pôde ser restaurado. O custo do quebra-quebra causado pelos vândalos foi estimado em R$ 11,4 milhões.
Na lista de objetos inestimáveis depredados constam bens históricos, como o jarro em porcelana no estilo Luiz XV, que aguarda até hoje para ser restaurado. Dentre os itens “não localizados”, ou seja, que foram roubados pelos golpistas, constam um prato de madeira de Belarus, uma bandeja de metal da Índia, utensílios de vidro das Filipinas e as togas de quatro ex-ministros da Corte.
Reprodução/Diário do Centro do Mundo