Mesmo com proibição por lei, estabelecimentos ainda usam materiais poluentes

19 de novembro de 2024 18:31

A maioria dos estabelecimentos ainda usa materiais poluentes em seus produtos. Embalagens de isopor envoltas em plástico filme, por exemplo, costumam guardar carnes, legumes, salgados e, quando não descartadas de forma correta, poluem a natureza.

A poluição causada por embalagens no Distrito Federal já vem sendo debatida pelo governo e a comunidade. Com a implementação da Lei nº 6.322, de 10 de julho de 2019, o Distrito Federal proibiu a distribuição gratuita ou venda de sacolas plásticas descartáveis confeccionadas à base de polietileno, propileno, polipropileno ou matérias-primas equivalentes. As sacolas passaram a ser feitas de materiais biodegradáveis ou biocompostáveis.

Paulo Celso dos Reis, vice-diretor da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB), explicou como são poluentes as embalagens de isopor envoltas em plástico filme. “O maior problema é a quantidade de plástico. O ser humano produz mais de 400 milhões de toneladas anualmente. O plástico filme pode ser degradado em até 100 anos e o isopor, que também é um plástico, tem seu tempo de decomposição indeterminado”, afirmou.

Segundo Paulo Celso, nas redes de drenagem urbana, esses resíduos causam entupimentos, que podem favorecer a inundações. Além disso, de acordo com ele, a degradação das substâncias presentes em plásticos podem gerar microplásticos, que entram na cadeia alimentar de animais e humanos.

O especialista esclarece que é necessário ter alternativas para esses produtos. “A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autoriza somente o uso de material totalmente novo (também chamado de ‘virgem’) para confecção de embalagens que terão contato direto com alimentos, exceto o polietileno tereftalato, conhecido como PET. Portanto, deve-se priorizar o uso de materiais biodegradáveis nessas embalagens”, pontuou. Ele alerta que o descarte regular é fundamental. “Após o uso, esses materiais devem ser descartados corretamente, para que sejam efetivamente reciclados e não poluam o meio ambiente”, completou.

O presidente do Sindsuper-DF, Jair Prediger, informou em nota que “as embalagens de isopor já estão sendo, aos poucos, substituídas por embalagens de papelão, principalmente no setor de hortifruti, que está mais avançado e vem num processo de mudança em relação a essas embalagens”.

Sobre o papel filme, Prediger afirmou que as empresas ainda estão buscando soluções para esse tipo de embalagem. “Gostaríamos de ressaltar que o setor constantemente busca melhorias e alternativas biodegradáveis às embalagens. Até mesmo porque a sociedade hoje está muito ligada a essa questão e busca produtos que não apenas são produzidos de forma sustentável, mas também que são vendidos em embalagens sustentáveis. O setor supermercadista está sempre se modernizando e buscando atualizações em relação a isso, tanto que é proibida a distribuição de sacolas plásticas nos mercados. Hoje, apenas são permitidas sacolas retornáveis ou biodegradáveis”, conclui a nota.

Foto: Kaio Magalhães/Correio Braziliense 

Com informações do Correio Braziliense 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *