Com ações de acolhimento e atendimentos itinerantes, GDF ampliou em 90%, desde 2022, o acesso da população em situação de rua à saúde

19 de maio de 2025 06:00

Com ações de acolhimento e atendimentos itinerantes, a busca por atendimento em unidades básicas de saúde e outras estruturas aumentaram, conforme consta em pesquisa divulgada pelo governo em abril deste ano. O levantamento foi feito pelo Instituto de Pesquisa e Estatística (IPEDF), que apontou um aumento de quase 90% no acesso de pessoas em situação de rua aos serviços públicos de saúde do Distrito Federal. O estudo também registra uma redução nos relatos sobre problemas de saúde em comparação ao Censo de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As informações constam na Pesquisa Pop Rua, divulgada pelo Governo do DF (GDF) em abril deste ano.

Segundo o estudo, entre os avanços observados, a proporção de pessoas em situação de rua que utilizaram as unidades básicas de saúde (UBSs) saltou de 36,7% para 51,7%. Já o atendimento em unidades de pronto atendimento (UPAs) e em hospitais passou de 20,7% para 36,9%. O levantamento mostra, ainda, maior acesso desse público às unidades do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), responsáveis também pela oferta de suporte em saúde mental. Segundo a pesquisa, a procura subiu de 18,6% para 28,7%. Já nos centros Pop, que prestam apoio social a essa população, foi registrado um aumento de 2,1% no atendimento.

Consultório na Rua

Entre as ações integradas deste GDF que contribuíram para ampliar o acesso desta população à saúde pública, está o trabalho das equipes do Consultório na Rua, que prestaram mais de 10 mil atendimentos em 2024 e quase 16,5 mil entre o ano passado e março deste ano. “Todo o DF está coberto pela ação dessas equipes, e está no nosso planejamento continuar ampliando o número de profissionais que atuam nesses grupos”, reforça o diretor das Áreas Estratégicas da Atenção Primária, Afonso Abreu Mendes Junior.

Na avaliação do gestor, a ampliação da cobertura das equipes foi determinante para melhorar o acesso da população em situação de rua aos serviços de saúde: “Além das equipes da Estratégia em Saúde da Família, esse novo dispositivo veio como um reforço essencial. Acreditamos que o aumento da cobertura das equipes do Consultório na Rua foi um fator primordial para garantir esse acesso”.

As equipes tiveram acesso a uma nota técnica elaborada para orientações detalhadas sobre o atendimento a ser ofertado. “Também ofertamos um curso voltado a gestores e profissionais de todas as regiões para uma atuação focada em acesso e equidade”, informa Mendes Junior. “Precisamos lembrar que a pessoa em situação de rua é usuária do SUS como eu, como você. Ela precisa – e deve – ser atendida”.

A médica de família Samanta Hosokawa lembra que o Consultório de Rua faz acompanhamento integral: “Sempre vamos em grupo, com equipe multiprofissional para oferecer o máximo de suporte possível para cada paciente naquele momento”

Uma das ações mais recentes do programa ocorreu na quarta-feira (14), em Águas Claras e em Arniqueira. “Atendemos em vários pontos da Região Sudoeste de Saúde”, relata a médica de família Samanta Hosokawa. “Sempre vamos em grupo, com equipe multiprofissional – enfermeiro, técnicas de enfermagem, dentista, assistente social, psicólogo – para oferecer o máximo de suporte possível para cada paciente naquele momento”. Segundo a profissional de saúde, o trabalho das equipes do Consultório na Rua vai além do atendimento inicial: elas garantem o acompanhamento integral dos pacientes, mesmo diante dos desafios impostos pela vulnerabilidade social.

Assistência social

Ampliar o acesso ao diagnóstico também significa aumentar as chances de tratamento e recuperação. É o que revela a pesquisa: embora os relatos de ansiedade e depressão ainda representem 28,6% das queixas entre a população em situação de rua, houve uma queda de 9,1% em relação a 2022. Já problemas de saúde bucal diminuíram 27,6%, e as dores crônicas tiveram redução de 19,8%.

Outro avanço importante apontado pela pesquisa foi o aumento da oferta de refeições gratuitas para pessoas em situação de rua em todos os restaurantes comunitários do DF. O acesso a esse serviço subiu de 35,6% em 2022 para 54,7% em 2025. Entre janeiro de 2024 e março deste ano, foram servidas 1.607.493 refeições.

Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília
Fonte: A partir de informações da Agência Brasília

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