TROCAS
9 de agosto de 2019 09:57 |
Em uma transmissão ao vivo, pela internet, Jair
Bolsonaro, presidente da República, perguntou a Sérgio Moro, ministro da
Justiça, se ele iria fazer “troca-troca” com Ricardo Salles, ministro
do Meio Ambiente.
Troca-troca,
vocês sabem, é revezamento de sexo anal entre homens que, no caldeirão
de hormônios da adolescência masculina, tanto pode ser um fato como uma
ofensa.
Ocorre que, ali,
não eram adolescentes descobrindo a sexualidade, nem muito menos
colegiais sacaneando uns aos outros. Eram três homens adultos,
autoridades da República, em meio a um teatro de absurdos só possível em
um país à deriva.
Bozo,
como os três filhos, a ministra Damares e o guru deles todos, Olavo de
Carvalho, tem fixação anal – isso é um fato. Todos, em momentos os mais
diversos, já se mostraram ocupados com o cu alheio, aliás, como os
evangélicos que dão apoio político ao governo.
O
fato novo é a presença de Sérgio Moro, nessa roda, submetido, agora, há
mais essa humilhação como condição para se manter no cargo.
Desmascarado
como juiz parcial, chefe, de fato, da Força Tarefa de procuradores da
Lava Jato, restou a Moro ficar, a qualquer preço, no Ministério da
Justiça.
Fora do governo, sem toga nem foro privilegiado, poderá acabar no Irajá. Ou em Tremembé.
Por
isso, engoliu a piada do presidente demente em seco, com um sorriso
amarelo estampado na boca sem lábios, enfiado, outra vez, na triste
moldura de camisas negras que voltou a usar.