REMOÇÕES
7 de agosto de 2019 21:49 |Entre julho de 1944 e janeiro de 1945, as tropas soviéticas que marchavam sobre a Polônia, em direção a Berlim, foram se deparando, aos poucos, com o horror dos campos de concentração montados pelos nazistas para exterminar judeus, ciganos, homossexuais, prisioneiros de guerra e opositores do regime. Belzec, Sobibor, Treblinka e, finalmente, Auschwitz.
Diante da devastadora investida do Exército Vermelho, os nazistas optaram por uma tática desesperada: remover os prisioneiros dos campos e enviá-los para o interior da Alemanha, de modo que morressem durante a marcha de remoção ou quando chegassem a seu destino, nas entranhas do III Reich, vítimas de inanição, doenças ou, simplesmente, exaustão.
Remover presos submetidos a maus tratos – ou mortos sob tortura – também foi um expediente das ditaduras militares implantadas pela CIA no continente americano, nos anos 1960 e 1970, de modo a negar a responsabilidade do Estado em atentados contra os direitos humanos. No Brasil, não foi diferente.
Enfim, fascistas gostam de ranger os dentes e destilar ódio, mas são extremamente covardes na hora de assumir responsabilidades sobre seus atos.
A tentativa de remoção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, para uma penitenciária, em São Paulo, obedece a essa mesma lógica nazista, mas é ainda mais covarde, porque feita por juízes, servidores públicos que deveriam aplicar a lei, não manipulá-la. E, pior, em nome de uma estratégia vil, abjeta, mesquinha.
O fato é que a turma de Sérgio Moro dobrou a aposta sem as fichas necessárias, apavorada com a possibilidade cada vez mais palatável de o Supremo Tribunal Federal tornar nula a sentença de prisão contra Lula. Com a ajuda dos acólitos que mantém no Poder Judiciário, Moro ordenou a remoção de Lula para São Paulo, sob os gritinhos do bufante João Dória, na esperança de vê-lo morrer – do coração, de desgosto, de estoque ou de bala – antes de vê-lo ser solto, ao arrepio de sua obsessão e de seu desejo doentio pelo ex-presidente petista.
Por 10 x 1, o STF vetou a remoção de Lula.
Falta, agora, dar uma lição nesses nazistas.
Nancy lima
8 de agosto de 2019 18:40Não conseguiram,levaram chumbo de 10×1!
Gilson Luiz Euzébio
8 de agosto de 2019 19:48Tempos difíceis, Leandro. Essa turma só tem ódio e vingança como norte. A transferência de Lula, anulada pelo Supremo, foi mais um capítulo da novela da Polícia Federal, em Curitiba, para uma penitenciária em São Paulo. Queriam humilhar ainda mais o presidente Lula, condenado com base em suposições e nenhuma prova, jogando-o junto com os presos comuns e sujeito aos escárnios de um governador sem escrúpulos. Tamanha injustiça causou indignação na esquerda e na direita, que até então só tinha aplausos para a turma da Lava Jato.