IDENTITAURUS
17 de dezembro de 2020 11:21 |Caí numa ciranda de fanáticos identitários do tipo odeio-homi-esquerdo-macho-que-ousa-me-desafiar porque argumentei a favor de uma reportagem da revista Fórum sobre o caso Calabresa-Melhem.
O texto da matéria é sobre a divulgação de áudios, por parte de Melhem, dando conta de que, mesmo após os episódios de assédio sexual reportados por Calabresa – e, ao que consta, mais duas dezenas de mulheres, na TV Globo -, a comediante mandou mensagens carinhosas a seu algoz.
Só isso. Jornalismo básico, anódino, sem glamour nem sabor.
A este registro sobreveio uma enxurrada de impropérios contra a revista, a maior parte, de gente que até hoje não aprendeu a diferenciar notícia de artigo de opinião.
Comentei, candidamente, que era hora de crescer, de deixar esse gueto identitário onde cancelam-se aliados e simpatizantes em nome da lacração, pura e simples.
Abri a caixa de pandora.
Mulheres furiosas estão me chamando de “homem” e, pasmem, “macho”.
Não perdem por esperar. Meus advogados já estão em campo.
Não vou deixar que julguem, de forma tão leviana, minha sexualidade.