FLAGELO
20 de março de 2020 15:20 |Na saída do Palácio da Alvorada, curiosamente, com a claque de bolsominions bovinamente calada, Jair Bolsonaro, em pânico, revelou seu medo mais terrível: com a economia asfixiada pelas medidas anticoronavírus, vão botar nele a culpa do fracasso da economia.
Nem uma palavra sobre a situação de milhões de brasileiros totalmente vulneráveis à contaminação, nas ruas, nas periferias, nas comunidades miseráveis no País. Nenhuma reflexão sobre o estado de espírito dos cidadãos, nenhum gesto de solidariedade, força, estímulo. Nenhum amor consegue sair daquela boquinha desagradável, só esgares desconexos.
Bolsonaro sabe que, sem a agenda econômica neoliberal imposta pelos Estados Unidos e pelos sabujos do poder econômico paroquial, ele está perdido. Sabe, todos sabemos, que não poderá continuar cometendo absurdos, falando estultices, comportando-se como um Nero de araque sob aplausos dos idiotas que o apoiam sem fazer as entregas prometidas: a destruição do patrimônio público, a entrega das riquezas nacionais, o genocídio da população negra, a degradação das relações sociais, nossa soberania, enfim.
Ele precisa apenas que a economia ande, ainda que sobre o cadáver de milhões de brasileiros, para poder prestar contas na Casa Branca e lacrar junto ao gado digital controlado, nas redes sociais, por uma falange de filhos e asseclas metidos, até o pescoço, na fabricação de notícias falsas, calúnias e assassinatos de reputação – como tem demonstrado, até aqui, a CPI das Fake News, no Congresso Nacional.
Mas ela não vai andar.
O Brasil só vai voltar a ser um lugar minimamente decente quando essa gente desqualificada for defenestrada do governo.