Ausência das big techs em audiência é mensagem de que as redes não se importam com o debate, avalia AGU

23 de janeiro de 2025 12:16 | Publicado por Leandro Fortes

A ausência das empresas de tecnologia, as chamadas big techs, na audiência pública convocada pela Advocacia-Geral da União na última quarta-feira (22) foi interpretada como um recado de que as plataformas não se importam com o debate sobre a regulação das redes no Brasil. O encontro contou com representantes de órgãos públicos, entidades e especialistas que debateram o tema durante horas. As informações são da jornalista Daniela Lima, do g1.

Segundo um representante da AGU, a “mensagem transmitida pelas redes foi clara: ‘não nos importamos'”. “Se tivessem comparecido, poderiam ter exercido democraticamente seu papel de contestação” dos dados apresentados. “Estávamos ali representando os interesses de diversos grupos que, por questões jurídicas, enfrentam vulnerabilidades. Minha hipótese é que não foram porque não tinham argumentos para se contrapor. O nosso próximo encontro será no âmbito da Justiça, que terá a palavra final”, disse.

O encontro foi desencadeado pela recente mudança na política de moderação de conteúdo da Meta, dona de plataformas como Facebook, Instagram e WhatsApp. A empresa passou a permitir comentários preconceituosos, especialmente contra a comunidade LGBTQIA+, mulheres e imigrantes, além de ter suspendido a verificação de fake news nos Estados Unidos.

A ausência das empresas é vista como um reflexo das mudanças políticas nos Estados Unidos, especialmente após a eleição de Donald Trump. Durante a posse do ex-presidente, representantes da Meta, do X (antigo Twitter), da Amazon e do Google estavam nas primeiras fileiras do palanque. Além disso, o TikTok fez uma mensagem pública de felicitações a Trump, enquanto a administração de Joe Biden havia expressado preocupações com a segurança nacional devido à origem chinesa do aplicativo, especialmente no que diz respeito ao envio de dados de usuários americanos.

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