APOSTA MACABRA

10 de abril de 2020 12:53 | Publicado por Leandro Fortes

No cassino sanitário em que se transformou o Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro decidiu apostar todas as fichas na roleta russa da cloroquina, medicamento transformado em panaceia bolsonarista contra a Covid-19.

Bolsonaro sabe que, se acertar, vai se transformar no idiota mais perigoso do mundo: o idiota com razão.

Para um político limítrofe que, diariamente, caminha no despenhadeiro da demência pura e simples, apostar tudo que tem em um medicamento não parece ser uma impossibilidade. Afinal, 57 milhões de brasileiros votaram nele, todos devidamente avisados de que se tratava de uma nulidade que, entre outras singularidades, defende a tortura de seres humanos.

Bolsonaro quer aplicar à cloroquina o mesmo peso de narrativa do discurso anticorrupção que o levou, pela rede de esgotos da mídia, à Presidência da República.

Quem pode ser contra um remédio que pode nos livrar da morte? Ninguém, por óbvio. Todos querem um remédio para a Covid-19, tanto faz que seja a cloroquina ou óleo de rícino com macarrão.

Do mesmo modo, todo mundo é contra a corrupção, aliás, até a maioria dos corruptos, primeiros a se vestir de verde e amarelo para ir às ruas, em 2016, pedir o impeachment de Dilma Rousseff.

Bolsonaro não aposta na cloroquina porque está preocupado com a saúde da população. Não é assim que funciona a cabeça de psicopatas.

Ele quer, simplesmente, salvar a própria pele. Bolsonaro e seu Chicago boy, Paulo Guedes, não valem uma máscara furada se não entregarem a tempo o que prometeram: as reformas, as privatizações, as riquezas e a soberania do País a nações estrangeiras.

O novo coronavírus veio para tornar essa missão impossível. Por isso, é preciso ignorar a OMS e botar o povo na rua, trabalhando até morrer.

Com o apoio, claro, da manada de estúpidos e fanáticos religiosos que o veneram como mito popular.

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