
Miguel Uribe, pré-candidato à Presidência da Colômbia, fica em estado crítico após ser baleado em ato de campanha
8 de junho de 2025 14:03O senador e pré-candidato a presidente da Colômbia Miguel Uribe Turbay de 39 anos, foi hospitalizado em “estado crítico” após ter sido vítima de um atentado na noite deste sábado, 7. Uribe foi baleado na cabeça por volta das 19h30 (de Brasília) em um evento de campanha realizado em Bogotá, de acordo com a mídia local. Um suspeito de ser autor dos disparos, um adolescente de 15 anos, foi apreendido no local do ataque com uma arma de fogo. O jovem não teria agido sozinho, segundo o governo colombiano, que ofereceu uma recompensa de mais de US$ 70 mil por informações que levem à identificação e captura de todos os responsáveis.
O político passou por um “procedimento neurocirúrgico e vascular periférico” na Fundação Santa Fé. A cirurgia foi “bem-sucedida”, informou o prefeito de Bogotá, Carlos Fernando Galán, à imprensa. Segundo os paramédicos que o atenderam, ele foi baleado três vezes, duas vezes na cabeça e uma no joelho. “Miguel está lutando por sua vida”, escreveu sua esposa, María Claudia Tarazona, na conta do senador no X, pedindo aos colombianos que se unissem em oração.

Vídeo mostra momento em que Miguel Uribe, pré-candidato à Presidência na Colômbia, sofre atentado. Fonte: Terra, mas se pesquisar há diversos vídeos.

Miguel Uribe, 37 anos, membro do partido oposicionista Centro Democrático, carrega um legado político de peso. É neto de Julio César Turbay, presidente da Colômbia entre 1978 e 1982, e filho de Diana Turbay, jornalista assassinada em 1991 após ser sequestrada por narcotraficantes a mando de Pablo Escobar. Apesar de seu sobrenome coincidir com o do ex-presidente Álvaro Uribe (2002–2010), com quem compartilha a filiação partidária e a linha conservadora, não há parentesco direto entre os dois. Ao longo de seu mandato no Senado, Miguel Uribe se consolidou como uma das principais vozes da oposição ao presidente Gustavo Petro.
O presidente colombiano, Gustavo Petro, divulgou uma nota nas redes sociais na qual presta solidariedade à família do senador. “A Colômbia acolhe o mundo e não tira a vida daqueles que vêm de todos os cantos do planeta. Minha solidariedade à família Uribe e à família Turbay”, escreveu ele.
“Não sei como aliviar essa dor. É a dor de uma mãe e de uma pátria perdidas”, disse em alusão à violência que marcou a família do senador, que teve a mãe assassinada nos anos 1990 durante a ascensão do narcotráfico no país.
Pouco antes, o governo da Colômbia havia divulgado nota descrevendo o atentado como um ato de violência “não apenas à integridade pessoal do senador, mas também à democracia, à liberdade de pensamento e ao exercício legítimo da política (no país)”. Petro cancelou sua viagem à França, programada para sábado à noite, com vários ministros, “devido à gravidade dos eventos”. Os Estados Unidos condenaram o ataque. O Secretário de Estado do país, Marco Rubio, atribuiu o episódio à “violenta retórica esquerdista” e pediu a Petro que “moderasse seu discurso incendiário”.
Governo brasileiro repudia “violência política”
O Itamaraty, em nome do presidente Lula, também se manifestou neste domingo, 8. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil condenou o ataque a tiros contra Miguel Uribe Turbay e expressou solidariedade à sua família. “O governo brasileiro manifesta o seu mais veemente repúdio a qualquer forma de violência política. O Brasil saúda a pronta detenção do suspeito pelas autoridades colombianas e confia na plena apuração do caso”, disse a nota da chancelaria.
Foto de capa: senador e pré candidato à Presidência da Colômbia, Miguel Uribe Turbay segundos antes de sofrer o atentado a tiros. Reprodução X
Fonte: Brasil 247, G1, Veja e CNN