
Empresas consideram medidas de Trump “irracionais” e adotam estratégias cautelosas
21 de julho de 2025 14:09A crescente imprevisibilidade das decisões econômicas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem acendido alertas no mundo corporativo e entre analistas de risco. De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, consultorias estratégicas vêm orientando empresas a adotarem uma postura mais cautelosa e a redesenharem suas estratégias diante do comportamento considerado “irracional” do ocupante da Casa Branca. A escalada de medidas unilaterais, como tarifas e restrições comerciais anunciadas de forma repentina, tem dificultado o planejamento de negócios e exigido respostas mais ágeis do setor privado.
A avaliação predominante entre os consultores é que a imprevisibilidade não se limita ao campo diplomático, mas afeta diretamente a economia e o ambiente regulatório, com consequências para cadeias produtivas globais. Por isso, muitas empresas estão sendo aconselhadas a reavaliar investimentos, reestruturar seus fluxos de suprimentos e diversificar seus mercados de atuação. Em alguns casos, a recomendação é clara: suspender momentaneamente projetos de médio e longo prazo até que o cenário político norte-americano se estabilize.
Diante da instabilidade, diversas companhias também estão adaptando seus discursos institucionais. A nova orientação para CEOs e altos executivos é evitar declarações públicas que confrontem diretamente o presidente Trump, mesmo quando suas ações gerem impactos negativos nos negócios. A recomendação é que falas sejam transferidas para áreas técnicas — como departamentos financeiros ou jurídicos — e que se usem expressões como “ambiente econômico instável” ou “mudança regulatória repentina”, sem citar diretamente o governo dos Estados Unidos. A ideia é proteger a reputação da empresa e evitar retaliações por parte da administração americana.
Outro ponto destacado pelos consultores é a necessidade de criar estruturas internas permanentes para o monitoramento político e regulatório. Grandes empresas estão montando “salas de guerra” e estabelecendo canais de comunicação direta entre departamentos estratégicos, jurídicos e de relações institucionais. O objetivo é reagir rapidamente a mudanças de última hora impostas por ordens executivas ou alterações tarifárias, como as que têm sido recorrentes desde o início do atual mandato presidencial.
- Presidente dos EUA, Donald Trump, dá detalhes sobre tarifas no Rose Garden da Casa Branca em Washington. Foto: Carlos Barria/Reuters
- Fonte: Valor Econômino/Brasil 247