A tragédia poderia ter sido evitada? Morre brasileira que caiu durante trilha em vulcão na Indonésia. Resgate pode ter falhado e diplomacia foi burocrática

A brasileira Juliana Marins, 26 anos, que havia sofrido uma queda em um penhasco durante uma trilha, caindo de um penhasco no Monte Rinjani, na Indonésia, no último sábado (21), não resistiu aos ferimentos. A confirmação foi feita pela própria família da vítima por meio de uma publicação nas redes sociais. Surpresa, diplomacia brasileira? Surpresa pra alguém? A trilha nesse vulcão na Indonésia já registrou 8 mortes e 180 acidentes em 5 anos. Não seria o caso de um plano de contingência pronto? Ou vamos esperar cada tragédia, e culpar os turistas aventureiros?

“Hoje, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, afirmou o comunicado publicado no perfil criado pelos familiares para acompanhar as buscas de acordo com a reportagem. Manoel Marins Filho, pai da brasileira, embarcou para Bali, Indonésia, nesta terça, para acompanhar as buscas pela filha.

Antes da morte de Juliana Martins, sua irmã deu entrevistas na redes sociais, dizendo que brasileira que já aguardava há resgate há três dias após cair durante uma trilha na Indonésia. Segundo Mariana, as buscas foram interrompidas novamente e a diplomacia falhou.

A informação oficial é que os socorristas das equipes de resgate da Indonésia desceram mais de 650 metros, em cabos, na encosta do Monte Rinjani para resgatar a brasileira. Segundo essa versão, o oxigênio rarefeito prejudicou as equipes de buscas, além do mau tempo. Ela despencou 400 metros entre o dia em que caiu e o terceiro dia de buscas. E nada do resgate chegar.

Assista do editorial de Leandro Fortes no programa Noite Brasil, que abre tratando da tragédia antecipada.

Juliana praticava trilha na montanha localizada na ilha de Lombok, uma das áreas mais visitadas por aventureiros no país asiático, quando o acidente ocorreu.

Itamaraty lamenta morte de brasileira na Indonésia

 O Ministério de Relações Exteriores divulgou uma nota burocrática em que lamenta a morte da turista brasileira Juliana Marins. Juliana praticava trilha na montanha localizada na ilha de Lombok, uma das áreas mais visitadas por aventureiros no país asiático, quando o acidente ocorreu. Não cita o nome do embaixador brasileiro na Indonésia, George Monteiro Prata, que chegou a pedir desculpas à irmã de Juliana Marins pelo fato de ter repassado informações inverídicas sobre o salvamento da turista. “Peço desculpas, mas passei a informação de boa-fé”, afirmou o diplomata. Leia no Jota.

“O governo brasileiro comunica, com profundo pesar, a morte da turista brasileira Juliana Marins, que havia caído de um penhasco que circunda a trilha junto à cratera do Mount Rinjani (3.726 metros de altura), vulcão localizado a cerca de 1.200 km de Jacarta, na ilha de Lombok. Ao final de quatro dias de trabalho, dificultado pelas condições meteorológicas, de solo e de visibilidade adversas na região, equipes da Agência de Busca e Salvamento da Indonésia encontraram o corpo da turista brasileira”, diz a nota do Itamaraty.

“A embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais, no mais alto nível, para a tarefa de resgate e vinha acompanhando os trabalhos de busca desde a noite de sexta-feira, quando foi informada da queda no Mount Rinjani. O governo brasileiro transmite suas condolências aos familiares e amigos da turista brasileira pela imensa perda nesse trágico acidente”, completa a nota.

Lula lamenta morte de brasileira

Lula lamentou a morte trágica de Juliana. Pelas redes sociais, Lula afirmou que os serviços diplomáticos e consulares do Brasil na Indonésia seguirão prestando apoio à família da jovem. “Quero expressar a minha solidariedade à sua família – solidariedade que, tenho certeza, também é de todo o povo brasileiro. Que Deus conforte seus corações”, escreveu em publicação no X.

Última imagem, feita por um drone, da jovem brasileira que caiu em trilha de vulcão na Indonésia. Foto: Reprodução

Fonte: Brasil/247, G1 e agências internacionais