
Número de mortos em acidente aéreo na Índia sobe para 290, diz polícia
12 de junho de 2025 16:27Mais de 290 pessoas morreram após um avião da Air India com 242 pessoas a bordo — 169 cidadãos indianos, 53 britânicos, sete portugueses, um canadense e 12 tripulantes — cair em uma área habitada próxima ao Aeroporto Internacional Sardar Vallabhbhai Patel, em Ahmedabad, no estado de Gujarat, no oeste da Índia, informaram fontes oficiais na noite (tarde em Brasília) desta quinta-feira. O voo AI171, operado por um Boeing 787-8 Dreamliner, que deveria seguir viagem até Londres, perdeu altitude logo após decolar, chocando-se contra um conjunto de prédios. Há confirmação de um sobrevivente entre os passageiros até o momento.
“Ao menos 294 pessoas morreram. Isso inclui alguns estudantes, pois o avião caiu no edifício onde eles estavam”, disse Vidhi Chaudhary, chefe da polícia estadual de Gujarat, em entrevista à agência de notícias britânica Reuters.
Um médico do Hospital Civil Ahmedabad confirmou o mesmo número de mortos à rede americana CNN. Corpos ainda estavam sendo retirados do local do acidente e levados até hospitais locais na noite de quinta.
O Boeing 787‑8 Dreamliner decolou às 13h39 (5h09 em Brasília) com objetivo de chegar ao destino no Aeroporto Gatwick, em Londres. Dados de rastreamento de voo do ADS-B (Automatic Dependent Surveillance–Broadcast) apontam que a aeronave atingiu uma altitude barométrica máxima de aproximadamente 190 metros — pouco acima da elevação do próprio aeroporto, que é de cerca de 61 metros — antes de começar uma descida abrupta.

A tripulação emitiu um chamado de emergência (“Mayday”) à torre de controle aéreo (ATC) logo após a decolagem, segundo informou a Direção Geral de Aviação Civil da Índia (DGCA, na sigla em inglês). Após o chamado inicial, porém, os controladores não conseguiram mais estabelecer contato com a aeronave, que não respondeu às comunicações subsequentes.
O silêncio abrupto da tripulação após o alerta reforça o caráter crítico da situação enfrentada no voo. A ausência de comunicação após o chamado de emergência é considerada uma das situações mais graves em aviação civil e deve ser um ponto central da investigação conduzida pelas autoridades indianas.
Na queda, a aeronave colidiu com prédios de uma área residencial, incluindo alojamentos e o refeitório de um complexo utilizado por estudantes do B.J. Medical College and Hospital, uma faculdade de medicina local. O impacto do avião e a explosão dele decorrente provocou danos extensos, com parte da cauda do avião ficando encravada no refeitório, e incêndios consumindo a fachada de outros prédios.
Em uma declaração à imprensa, a reitora da faculdade, Minakshi Parikh, disse que entre 60 e 80 pessoas estavam no refeitório no momento do impacto do avião. Ela afirmou que ao menos cinco estudantes estavam entre os mortos.

A tripulação emitiu um chamado de emergência (“Mayday”) à torre de controle aéreo (ATC) logo após a decolagem, segundo informou a Direção Geral de Aviação Civil da Índia (DGCA, na sigla em inglês). Após o chamado inicial, porém, os controladores não conseguiram mais estabelecer contato com a aeronave, que não respondeu às comunicações subsequentes.
O silêncio abrupto da tripulação após o alerta reforça o caráter crítico da situação enfrentada no voo. A ausência de comunicação após o chamado de emergência é considerada uma das situações mais graves em aviação civil e deve ser um ponto central da investigação conduzida pelas autoridades indianas.
Na queda, a aeronave colidiu com prédios de uma área residencial, incluindo alojamentos e o refeitório de um complexo utilizado por estudantes do B.J. Medical College and Hospital, uma faculdade de medicina local. O impacto do avião e a explosão dele decorrente provocou danos extensos, com parte da cauda do avião ficando encravada no refeitório, e incêndios consumindo a fachada de outros prédios.
Em uma declaração à imprensa, a reitora da faculdade, Minakshi Parikh, disse que entre 60 e 80 pessoas estavam no refeitório no momento do impacto do avião. Ela afirmou que ao menos cinco estudantes estavam entre os mortos.

“Trinta segundos depois da decolagem, ouvi um barulho alto e, em seguida, o avião caiu. Tudo aconteceu muito rápido”, contou Vishwash em entrevista ao jornal indiano Hindustan Times. “Quando acordei, havia corpos por todos os lados. Fiquei em pânico. Me levantei e saí correndo. Havia destroços do avião espalhados. Alguém me segurou, me colocou em uma ambulância e me trouxe ao hospital.”
Ahmedabad é a maior cidade do estado indiano de Gujarat, com uma população de oito milhões de habitantes. O aeroporto está localizado em meio a áreas residenciais densamente povoadas. Em um rede social, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, afirmou que o acidente aéreo era “de partir o coração, indescritível”. Ele escreveu: “Neste momento triste, meus pensamentos estão com todos os afetados.”
Em Londres, onde os passageiros deveriam desembarcar, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou que as imagens do acidente eram “devastadoras” e que seus pensamentos estavam com passageiros e familiares. O rei Charles III disse que ele e a rainha Camilla estavam “profundamente chocados”.
“Nossas orações especiais e a mais profunda solidariedade estão com as famílias e amigos de todos os afetados por este incidente trágico e terrível em tantas nações, enquanto aguardam notícias de seus entes queridos”, escreveu o monarca em um comunicado. “Gostaria de prestar uma homenagem especial aos esforços heroicos dos serviços de emergência e a todos aqueles que prestam ajuda e apoio neste momento tão doloroso e traumático”.
O Tata Group, proprietário da Air India e um dos maiores conglomerados do país, afirmou que vai pagar o equivalente a R$ 650 mil às famílias de cada pessoa que perdeu a vida no acidente aéreo.
“Também cobriremos as despesas médicas dos feridos e garantiremos que recebam todo o cuidado e apoio necessários”, acrescentou em um comunicado. “Além disso, forneceremos apoio na construção do alojamento do B J Medical.”
A Índia sofreu uma série de desastres aéreos, incluindo um em 1996, quando dois aviões colidiram em pleno voo sobre a capital, Nova Délhi, deixando quase 350 mortos. Em 2010, um avião da Air India Express caiu e pegou fogo no Aeroporto de Mangalore, no sudoeste da Índia, matando 158 dos 166 passageiros e tripulantes a bordo.
Investigações em curso
Equipes do Escritório de Investigação de Acidentes Aéreos da Índia (AAIB) já foram enviadas para o local do acidente e iniciarão a análise dos destroços e das caixas-pretas nas próximas horas. A Boeing também deverá participar das investigações, conforme os protocolos internacionais, especialmente por se tratar de uma aeronave fabricada nos Estados Unidos. O Reino Unido também anunciou o envio de equipes técnicas para auxiliar na apuração dos fatos.
Com base nas imagens do acidente, especialistas previram uma difícil operação de recuperação e investigação, agravada pelos riscos de estruturas instáveis e vazamentos de gás.
“Este é um processo muito longo — disse Shawn Pruchnicki, ex-investigador de acidentes aéreos e especialista em aviação da Universidade Estadual de Ohio. Ele afirmou que o trabalho de recuperação pode levar até um mês.”
Embora a prioridade imediata provavelmente seja procurar por possíveis sobreviventes que possam estar nos prédios quando o avião se chocou contra eles, a remoção dos destroços pode fazer com que esses prédios se deformem ou se desintegrem.
Avião moderno e confiável
O modelo envolvido no acidente é o Boeing 787-8 Dreamliner, uma das aeronaves mais modernas da frota da Air India. Com capacidade para até 250 passageiros em configuração de duas classes, o 787-8 é conhecido por sua eficiência energética, conforto aprimorado e alcance intercontinental. Ele entrou em operação comercial em 2011 e faz parte de uma família de jatos que inclui também os modelos 787-9 e 787-10.
Entre seus diferenciais, o Dreamliner conta com janelas maiores com escurecimento eletrônico, sistema de pressurização mais confortável para os passageiros, menor consumo de combustível e fuselagem construída em materiais compostos, como fibra de carbono. A Air India opera atualmente uma frota significativa de Dreamliners, principalmente em suas rotas internacionais de longa distância.
Aeronaves do mesmo modelo já apresentaram problemas operacionais com passageiros a bordo em ocasiões anteriores, resultando em feridos, mas até então não havia registro de fatalidades. Contudo, a Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA abriu uma investigação em abril de 2024, após um engenheiro da empresa americana afirmar que partes da fuselagem do 787 Dreamliner estavam fixadas incorretamente e poderiam se romper em pleno voo após uso. A empresa disse que reúne informações sobre o acidente na Índia.
A Boeing enfrenta uma saga jurídica de anos por causa de dois acidentes com o avião 737 Max em 2018 e 2019, que mataram 346 pessoas. A empresa chegou a um acordo com o Departamento de Justiça dos EUA no mês passado, que a isentaria de assumir responsabilidade criminal pelos acidentes, mas o acordo depende da autorização de um juiz, e foi contestada por famílias das vítimas.
Imagem do que restou do avião da Air India que caiu em Ahmedabad. Foto: Reuters.
Com informações do O Globo, G1 e agências internacionais.