Caiu a ficha! Tarcísio diz que errou em “brincadeira” sobre Coca-Cola durante coletiva

8 de outubro de 2025 09:00

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pediu desculpas nesta terça-feira, 7, após a repercussão negativa de uma brincadeira feita durante coletiva sore os casos de intoxicação por metanol no estado. Na ocasião, Tarcísio, falando para uma plateia de empresários do setor de bebidas, afirmou: “No dia que começarem a falsificar Coca-Cola, eu vou me preocupar. Ainda bem que não chegaram nesse ponto”. A fala foi criticada por ter sido feita enquanto o estado registra mortes e dezenas de internações por consumo de bebidas adulteradas – fora outros estados.

Em vídeo publicado nas redes sociais – ah, as redes são ótimas para esses “arrependimentos” tardios -, o governador reconheceu o erro e afirmou que a piada “não cabia naquele momento em face da gravidade do que vem acontecendo”. “Peço perdão às famílias que sofrem por terem perdido entes queridos, aos comerciantes que estão vendo seus negócios sofrerem e ao público que quer uma ação firme do Estado”, disse. Assista e se divirta.

O estado de São Paulo concentra a maior parte dos registros do país de intoxicação pelo metanol em bebidas, com 18 casos confirmados, segundo o último boletim divulgado nesta terça-feira (7). Há 158 sendo investigados e 38 casos foram descartados.

176 casos

  • 18 confirmados (há laudo atestando presença de metanol e confirmação de circunstâncias que indicam que a pessoa ingeriu bebida adulterada);
  • 158 em investigação (há indícios clínicos, mas aguardam laudo para confirmar presença de metanol e investigações para entender circunstâncias de eventual ingestão da substância).

10 mortes

  • 3 óbitos confirmados (com laudo e confirmação de ingestão de bebida adulterada);
  • 7 mortes em investigação (sem laudo e sob investigação das circunstâncias).

85 casos descartados após análise clínica

A Polícia de São Paulo trabalha com duas linhas principais de investigação sobre as bebidas “batizadas” com metanol, que causaram diversas internações e mortes no estado.

Uma delas é que o metanol teria sido usado para a higienização de garrafas reaproveitadas que acabaram não indo para a reciclagem, segundo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Outra hipótese é o uso do metanol para aumentar na produção o volume de bebidas falsificadas. Uma possibilidade é que a intenção do falsificador fosse adicionar etanol puro, sem saber que o produto estava contaminando com metanol.

🔍 O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos. Ele é altamente perigoso quando ingerido. Inicialmente, ataca o fígado, que o transforma em substâncias tóxicas que comprometem a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e até morte. Também pode provocar insuficiência pulmonar e renal.

A perícia feita pela Superintendência de Polícia Técnico-Científica confirmou a presença de metanol em bebidas de duas distribuidoras no estado.

O governador disse ainda que vai solicitar à Justiça a destruição de garrafas, rótulos, lacres, tampas e selos apreendidos durante as ações de fiscalização. Só na última semana, mais de 7 mil garrafas suspeitas de falsificação ou adulteração foram recolhidas.

Tarcísio e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afastaram qualquer participação do PCC ou de outras facções criminosas, argumentando que o negócio é pouco lucrativo em comparação com o tráfico de drogas.

Quais bebidas estão sendo ‘batizadas’ com metanol?

Os casos de intoxicação por metanol identificados até agora envolvem bebidas destiladas, como vodca e gin.

No entanto, especialistas reforçam que, neste momento, nenhuma bebida pode ser considerada totalmente segura. O risco maior, porém, está nos destilados, especialmente os incolores.

De acordo com médicos ouvidos pelo g1, cerveja, vinho e chope apresentam menor vulnerabilidade à adulteração com metanol, principalmente pela forma de produção e envase. A cerveja em lata é apontada como a opção de menor risco, já que o recipiente é mais difícil de ser adulterado.

Como identificar metanol na bebida?

Não é possível identificar a presença do metanol apenas olhando, cheirando ou provando a bebida. Ele não altera cor, odor ou sabor, e só pode ser detectado por testes laboratoriais. Por isso, especialistas o chamam de “substância traiçoeira”.

Autoridades recomendam que consumidores fiquem atentos a embalagens suspeitas (como lacres tortos ou rótulos mal impressos), desconfiem de preços muito baixos e sempre exijam nota fiscal.

A Abrasel, entidade que representa bares e restaurantes, orienta que garrafas vazias sejam inutilizadas para evitar que falsificadores as reutilizem.

  • Autoridades orientam a população a:
  • Desconfiar de preços muito baixos;
  • Comprar apenas em locais conhecidos;
  • Verificar se as garrafas têm lacre e selo fiscal.

Em caso de sintomas, a recomendação é procurar atendimento médico imediato e informar a origem da bebida para ajudar na investigação.

  • Frame de vídeo do governador Tarcísio de Freitas, pedindo “perdão” nas redes sociais por brincadeira imbecil. Instagram/Reprodução
  • Fonte: G1 e outras fontes.

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