
Governo sionista: ministro de Israel pede ‘abertura das portas do inferno’ em Gaza
20 de outubro de 2025 15:33Como diz o Breno Altman, grande jornalista judeu, “o sionismo é uma vergonha para o judaísmo”. O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gir, afirmou que o seu país deve “voltar à guerra” e abrir os “portões do inferno“ na Faixa de Gaza, onde ocorre um genocídio com mais de 68 mil palestinos mortos desde outubro de 2023.
“Agora temos a oportunidade de parar tudo e dizer: ‘Por um momento, os cativos retornaram, graças a Deus, irmãos’. Essa foi a principal razão pela qual não continuamos a guerra, e agora temos que voltar à luta, temos que voltar à guerra, temos que abrir as portas do inferno sobre eles”, disse ele em entrevista ao Canal 14 nesse domingo, 19.
“Peço ao primeiro-ministro que ordene ao exército israelense que retome os combates em larga escala na Faixa de Gaza com força total”, disse ele em um comunicado, citado pelo The Times of Israel, pedindo que o Hamas seja “completamente destruído o mais rápido possível”.
Números assustadores
O governo israelense violou o acordo de cessar-fogo assinado na última segunda-feira (13). A violação resultou na morte de quase 100 pessoas e deixou outros 230 feridos, apontaram informações divulgadas pelo Gaza Media Office e citadas pela rede Al Jazeera.
De acordo com informações do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, mais de 68 mil palestinos morreram desde outubro de 2023 em decorrência das ofensivas israelenses. Ainda segundo o órgão, os ataques resultaram no deslocamento de mais de 1,9 milhão de pessoas, o que representa cerca de 90% da população do enclave.
Em 22 de agosto, a Organização das Nações Unidas informou que mais de 500 mil pessoas em Gaza enfrentam situação de fome, conforme a Classificação Integrada de Segurança Alimentar. Essa foi a primeira vez que a condição de fome foi registrada oficialmente no Oriente Médio, e as projeções apontam para agravamento do cenário.
Na ocasião, a ONU comentou os dados: “Relatório de segurança alimentar, apoiado pela organização, retrata situação de inanição generalizada, miséria e mortes evitáveis”, afirmou, acrescentando ainda que se trata de “uma falha da própria humanidade”.
Acordo de cessar-fogo
No dia 13 deste mês, foi firmado um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza com a participação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e representantes do Egito, Catar e Turquia. Segundo autoridades israelenses, no mesmo dia foram libertados 250 palestinos que cumpriam longas sentenças ou prisão perpétua, além de 1.700 detidos sem acusação formal. Do total, 154 foram encaminhados ao Egito, conforme a Sociedade de Prisioneiros Palestinos.
O documento estabelece que Israel deve realizar uma retirada parcial de suas tropas da região. Em contrapartida, está prevista a libertação de prisioneiros de ambos os lados: o Hamas deverá libertar todos os israelenses mantidos em cativeiro desde outubro de 2023, enquanto Israel concordou em liberar cerca de 2 mil palestinos, entre eles mulheres, crianças e pessoas presas há décadas.
O acordo também prevê a abertura de corredores para a entrada de ajuda humanitária, permitindo o envio de alimentos, medicamentos e combustível. A execução das medidas será monitorada por uma coalizão internacional formada por Estados Unidos, Egito, Catar, Turquia e pela ONU.
Denúncias na Justiça Internacional
Em dezembro de 2023, a África do Sul apresentou uma ação contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), alegando violações à Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio. A petição solicitava medidas imediatas contra autoridades israelenses. Em resposta, Israel declarou que suas operações tinham caráter defensivo e rejeitou as acusações. O Brasil manifestou apoio à iniciativa sul-africana.
Em janeiro de 2024, a CIJ determinou que Israel adotasse medidas para evitar a prática de genocídio, punisse pessoas que incitassem à destruição do povo palestino e garantisse a chegada de ajuda humanitária a Gaza. O tribunal, no entanto, não acatou o pedido da África do Sul para a suspensão imediata das operações militares. Diversos países, incluindo o Brasil, declararam apoio ao processo.
Posteriormente, em novembro de 2024, a CIJ expediu mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o então ministro da Defesa Yoav Gallant e líderes do Hamas, acusando-os de crimes de guerra. Tanto autoridades israelenses quanto representantes do Hamas rejeitaram as acusações.
- O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, em Jerusalém: “abrir as portas do inferno”cem Gaza. Foto: Ronen Zvulun/Reuters.
- Fonte: Brasil 247, com agências de notícias.