
Ex-ministro comparece a julgamento por “defesa da honra”, dizem aliados. General Paulo Sérgio Oliveira é o único réu presente na sessão do STF
2 de setembro de 2025 09:55Único réu a acompanhar presencialmente o primeiro dia do julgamento do plano de golpe nesta terça-feira (2), o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira Oliveira, decidiu ir ao STF (Supremo Tribunal Federal) como um gesto em “defesa da honra”, disseram à CNN aliados do militar.
Jair Bolsonaro está acompanhando o julgamento no STF em regime de prisão domiciliar. Desde 4 de agosto de 2025, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, ele está sob prisão domiciliar, usando tornozeleira eletrônica
Preso no Rio de Janeiro, o general Walter Braga Netto acompanha por videoconferência. Os demais réus preferiram assistir ao julgamento pela televisão.
Interlocutores afirmam que a escolha de Paulo Sérgio tem caráter simbólico. Segundo eles, o general busca transmitir segurança em sua inocência e marcar posição em defesa da própria trajetória no Exército.
Um militar próximo ao general resume a decisão como uma tentativa de preservar sua biografia e a farda que vestiu por décadas. O traje, no entanto, foi evitado durante o julgamento. Paulo Sérgio compareceu à sessão de terno.
A expectativa é de que o ex-ministro de Bolsonaro volte ao STF para acompanhar a sessão marcada para quarta-feira (3).
A defesa do militar alega que, ao final das eleições de 2022, atuou diretamente para evitar que o então presidente Jair Bolsonaro tomasse qualquer medida de exceção. Os advogados relataram ainda que o ex-ministra temia que “grupos radicais” levassem o então presidente a assinar uma “doideira”.
“Assim, por TEMER que grupos radicais levassem o Presidente a assinar uma “doideira” e que alguma liderança militar “levantasse o braço” e rompesse, o que poderia acarretar uma fissura nas Forças Armadas, sendo manifestamente contrário a qualquer medida de exceção (atuando, inclusive, para demover o Presidente da adoção de qualquer medida nesse sentido) foi que o General Paulo Sérgio, como Ministro da Defesa preocupado com a situação, convocou uma reunião para o dia 14/12/2022”, diz a defesa nas alegações finais.
- O ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro, general Paulo Sérgio Nogueira, durante a primeira sessão de julgamento da ação penal. Foto: Wilton Jr/Estadão Conteúdo
- Fonte: CNN Brasil