Pobre Polônia: aliado de Trump, candidato conservador Karol Nawrocki vence eleição

2 de junho de 2025 02:15

Antes mesmo do Brasil, com o presidente Lula, um país teve um presidente operário, quando ainda estava sob a influência soviética após a II Guerra Mundial, grupo de países chamados na época de “cortina de ferro”. Lech Walesa, ativista dos Direitos Humanos, foi um dos fundadores do sindicato Solidarność (Solidariedade), e elegeu-se presidente da Polônia, que comandou entre entre 1990 e 1995, nas primeiras eleições livres de todo o antigo bloco comunista. Chegou a ser agraciado com o Nobel da Paz. O que torna mais triste ver a eleição agora do conservador polonês Karol Nawrocki, historiador conservador e boxeador amador, apoiado pelos nacionalistas Lei e Justiça (PiS), eleito contra Rafał Trzaskowski, apoiado pelos nacionalistas Lei e Justiça (PiS), atual prefeito liberal de Varsóvia. Pelos resultados divulgados nas últimas horas, a vitrória foi por margem mínima, confirmando uma das eleições mais disputadas da história recente do país.

A vitória de Nawrocki, aliado de Donald Trump, consolida uma transição política significativa no comando da nação centro-europeia. Com esses números, o novo presidente obteve uma votação superior à conquistada por Andrzej Duda em 2020, quando 10,4 milhões de eleitores escolheram o então presidente no segundo turno. Embora a Comissão Eleitoral Nacional ainda vá anunciar os resultados oficiais, a totalização já permite confirmar a vitória do candidato conservador.

A eleição refletiu uma polarização crescente entre os eleitores poloneses, com uma diferença de menos de dois pontos percentuais entre os dois postulantes. Rafał Trzaskowski, representante de uma plataforma mais liberal e pró-europeia, manteve uma base sólida de apoio nas grandes cidades e entre os jovens, mas não conseguiu reverter o desempenho de Nawrocki nas regiões rurais e interioranas, onde o PiS tem histórico de força.

Karol Nawrocki é historiador, doutor em ciências humanas e especialista em temas relacionados à memória nacional, resistência anticomunista e história contemporânea da Polônia. Ganhou destaque público como presidente do Instituto da Memória Nacional (IPN), cargo em que atuou na preservação da narrativa histórica conservadora e no combate ao que considerava tentativas de reescrever o passado polonês.

Durante sua campanha presidencial, Nawrocki defendeu uma plataforma centrada em valores tradicionais, soberania nacional, fortalecimento das forças armadas e uma postura firme em relação à imigração e à União Europeia. Ele é visto como o nome que daria continuidade ao legado conservador iniciado por Lech Kaczyński e seguido por Andrzej Duda.

Com um discurso nacionalista e foco em segurança e identidade, Nawrocki mobilizou o eleitorado do interior e de regiões historicamente mais conservadoras, conseguindo uma vantagem decisiva na reta final da campanha.

Com a confirmação do resultado, a Polônia se prepara para um novo ciclo político que deverá manter o país em uma rota de tensões com instituições europeias, mas também pode marcar o fortalecimento de políticas internas conservadoras com ampla ressonância entre os eleitores do interior. O discurso de posse de Karol Nawrocki é aguardado com expectativa, especialmente por parte dos aliados regionais e da União Europeia, que observam de perto os desdobramentos da eleição polonesa.

Foto: Reprodução X
Fonte: Brasil 247

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