Ex-melhores amigos: após aparente ‘divórcio’ com Musk, Trump desiste de indicar aliado do bilionário para o comando da Nasa, o que restou de estatal do programa espacial norte-americano

1 de junho de 2025 04:07

Qual foi a DR ninguém ainda sabe, mas Elon Musk – o filho mandou o chefe de Estado se calar, durante uma coletiva, dizendo “Você não é o presidente” -, que estava quase ocupando uma segunda cadeira no Salão Oval da Casabranca, agora, está esvaziando como balão de gás hélio, murchou. Trump simplesmente retirou a indicação de Jared Isaacman para comandar a Nasa – a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço, que comanda as missões espaciais, do lançamento de foguetes ao desenvolvimento de tecnologias aeronáuticas e a exploração espacial. Que é o que restou de estatal no programa espacial norte-americano, com o dono da Starlink já tendo mandado mais de 6 mil satélites em órbita.

O indicado por Elon Musk já seria sabatinado pelo Senado dos Estados Unidos na próxima semana, mas teve seu nome removido da disputa de forma abrupta neste sábado (31). Trump afirmou que vai anunciar em breve um novo nome para liderar a agência espacial. “Após uma análise minuciosa de associações anteriores, estou retirando a nomeação de Jared Isaacman para chefiar a Nasa”, escreveu – ou alguém por ele – em sua rede Truth Social.

Jared Isaacman, indicado por Musk. realizou dois voos espaciais privados com a SpaceX. Foto: Ken Cedeno/Reuters

O presidente e a Casa Branca não explicaram os motivos para a retirada da indicação. A decisão pegou o setor aeroespacial de surpresa e coincidiu com a saída de Musk da chefia do Departamento de Eficiência Governamental (Doge) – o que reforça o afastamento de Trump e Musk, algo impensável após quase sentarem no colo um do outro após os primeiros dias de governo. Uma fonte da agência Reuters com conhecimento no assunto afirmou que Musk ficou desapontado com a desistência da indicação. “É raro encontrar alguém tão competente e de bom coração”, escreveu Musk sobre Isaacman no X. Que chato…

Também no X, Isaacman agradeceu a Trump e ao Senado e disse que, apesar da turbulência, há “muitas pessoas competentes e dedicadas que amam este país e se importam profundamente com a missão” da Nasa. Isaacman era visto com bons olhos por parte da indústria espacial, mas enfrentava resistência no Congresso por seus laços estreitos com Musk e com a SpaceX — empresa na qual ele investiu centenas de milhões de dólares em voos privados. Ele também fez doações para o Partido Democrata em eleições anteriores.

Durante a sabatina em abril, Isaacman tentou equilibrar o plano atual da Nasa de voltar à Lua com a pressão para focar em uma futura missão tripulada a Marte. Ele afirmou que os EUA poderiam se preparar para ambos os destinos. aso fosse confirmado, Isaacman teria que trabalhar em meio ao plano de orçamento de Trump para 2026, que prevê cortes profundos em dezenas de programas científicos e a demissão de milhares de funcionários da Nasa. O pacote, revelado na sexta-feira (30), foi classificado por defensores do setor como devastador.

Cientistas e servidores da agência reagiram com preocupação à mudança. Para o astrônomo Jonathan McDowell, do Harvard-Smithsonian Center, a decisão representa “uma má notícia para a Nasa”, que enfrenta cortes severos e agora está sem uma liderança definida. O nome do ex-tenente-general da Força Aérea dos EUA Steven Kwast, defensor da criação da Força Espacial Americana e apoiador de Trump, passou a circular como possível substituto, segundo fontes próximas às discussões.

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Musk nega ter consumido drogas durante campanha de Trump após repercussão de reportagem nos EUA

Elon Musk negou neste sábado (31) que tenha feito uso frequente de drogas em 2024, durante a campanha presidencial de Donald Trump. A declaração veio após uma reportagem do jornal nada desprezível “The New York Times” – mais conceituado jornal norte-americano – afirmar que o bilionário consumiu cetamina, ecstasy, cogumelos alucinógenos e outras substâncias no ano passado. Segundo o jornal, Musk usou tanta cetamina – um anestésico potente – que teria desenvolvido problemas de bexiga.

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A reportagem não soube informar se o bilionário consumiu drogas enquanto chefiava o Departamento de Eficiência Governamental (Doge). “Para ser claro, não (caixa alta) estou consumindo drogas! O New York Times estava mentindo descaradamente”, escreveu Musk na rede social X. Aí se corrigiu. “Experimentei”, disse ele, cetamina ‘prescrita’ há alguns anos, então isso nem sequer era notícia. “Ajuda a sair de buracos mentais obscuros, mas não a tomei desde então”, acrescentou.

Ao lado de Trump, no Salão Oval da Casabranca, na sexta-feira, 30, o bilionário apareceu na Casa Branca com um olho roxo. A lesão chamou atenção por ter ocorrido no mesmo dia em que o NYT publicou o relato sobre o suposto consumo de drogas. O bilionário já havia admitido, em outras ocasiões, o uso de cetamina com prescrição médica para tratar um “estado de humor negativo”. Ele sugeriu que o uso da substância teria contribuído positivamente para o seu trabalho.

Foto de abertura: Kevin Lamarque/Foto de arquivo. Demais, reproduções.

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