
Empresário denuncia: Milton Ribeiro deu aval para propina escondida em pneu e Bolsonaro sabia
22 de setembro de 2022 19:07Além de barras de ouro e dinheiro em bíblia, a gestão de Milton Ribeiro à frente do Ministério da Educação de Jair Bolsonaro (PL) queria esconder propina dentro de pneu. A revelação foi feita por Ailson Souto da Trindade, empresário do ramo da construção civil, ao jornal Estadão em reportagem divulgada nesta quinta-feira (22).
A nova denúncia se insere no âmbito do escândalo revelado pelo mesmo jornal e que levou Milton Ribeiro e os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, que atuavam como lobistas no MEC, à prisão em junho. O caso ficou conhecido como “gabinete paralelo” do MEC e consiste em um esquema de corrupção em que a pasta liberava recursos federais para prefeituras em troca de pagamentos de propina – transformando o Ministério em um verdadeiro balcão de negócios.
Segundo Trindade, Milton Ribeiro deu aval para que os pastores lobistas tocassem a negociação, que seria um pedido de propina de R$ 5 milhões, em dinheiro vivo, a ser escondido no pneu de uma caminhonete. O valor seria utilizado para reformar igrejas dos pastores e, em troca, o empresário ganharia licitações de obras em escolas federais.
“Funcionou assim: o ministro fez uma reunião com todos os prefeitos (no prédio do MEC, dia 13 de janeiro de 2021). Depois houve o coquetel, num andar mais acima. Lá, a gente conversou, teve essa conversa com o ministro. Eu não sabia nem quem era o ministro. Ele se apresentou: ‘Eu sou Milton, o ministro da Educação, e o Gilmar já me passou o que ele propôs para você e eu preciso colocar a tua empresa para ganhar licitações, para facilitar as licitações. Em troca você ajuda a igreja. O pastor Gilmar vai conversar com você em relação a tudo isso’”, relatou Trindade ao Estadão. A conversa foi gravada em áudio.
Por: Revista Fórum