
Em resposta a Macron, ministro da Defesa de Israel diz que irá construir “Estado judaico” na Cisjordânia
31 de maio de 2025 12:29Em meio ao crescente isolamento internacional da política de ocupação israelense, e de uma veemente defesa do presidente francês Emmanuel Macron, que afirmou que o reconhecimento de um Estado palestino “não é simplesmente um dever moral, mas uma exigência política e realista”, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou nesta sexta-feira (30) que o país seguirá com a construção de um “Estado judaico” na Cisjordânia ocupada. Ou seja, a matança, a carinificina, o extermínio do povo palestino continuará.


As declarações de Katz, segundo a agência ANSA, ocorreram durante uma visita a um assentamento no norte da Cisjordânia, região que é amplamente reconhecida pela comunidade internacional como parte do território destinado à criação de um futuro Estado palestino, conforme resoluções da ONU e acordos internacionais.
Ao lado de colonos, o ministro israelense foi direto em sua resposta ao líder francês. “É uma mensagem clara a Macron e a seus amigos: reconheçam um Estado palestino no papel, e nós construiremos aqui um Estado judaico”, afirmou. “O papel será jogado na lata de lixo da história, e o Estado de Israel vai prosperar e florescer”, acrescentou em seguida.
Na véspera, o governo de Israel já havia anunciado a autorização para a criação de 22 novos assentamentos em áreas ocupadas da Cisjordânia — decisão que foi amplamente condenada pela maioria dos países e organizações internacionais. A medida é vista como mais um passo rumo à anexação de terras destinadas à Palestina e um obstáculo concreto à solução de dois Estados, proposta considerada central para a resolução do conflito israelense-palestino.
As ações de Israel ocorrem em um momento de crescente pressão diplomática, especialmente por parte de países europeus que defendem o reconhecimento da Palestina como resposta às contínuas violações do direito internacional por parte do governo israelense.
Bloqueio de Israel contra Gaza: região mais faminta do mundo, diz ONU
O Escritório das Nações Unidas (ONU) para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) descreveu nesta sexta-feira (30/05) a Faixa de Gaza como “o lugar mais faminto do mundo”, ao denunciar o governo israelense de estar bloqueando a entrada de quase todos os suprimentos básicos no enclave.
Segundo o porta-voz da entidade, Jens Laerke, apenas 600 caminhões de auxílio humanitário, dos 900 totais que a princípio Tel Aviv autorizou quando aliviou parcialmente o bloqueio total, em 2 de março, têm conseguido chegar na fronteira de Israel com Gaza. Ainda de acordo com ele, de lá, há também “uma mistura de obstáculos burocráticos e de segurança”, o que impossibilita a garantia da passagem segura de recursos para os palestinos.

“As rotas que estamos sendo designadas para usar pelas autoridades israelenses são muitas vezes congestionadas, inseguras e há atrasos significativos nas aprovações de que precisamos”, disse, ao classificar que as operações de ajuda aos palestinos se torna, atualmente, “uma das mais obstruídas na história recente da resposta humanitária global”.
Foto: Thomas Coex/AFP
Fonte: Brasil 247 e Opera Mundi