China e Hamas saúdam novo papa e manifestam desejo de diálogo com o Vaticano sob liderança de Leão XIV. Em primeira missa, líder católico pede que a Igreja seja ‘farol que ilumina as noites do mundo’

9 de maio de 2025 10:23

A China manifestou apoio à eleição do novo líder da Igreja Católica, o Papa Leão XIV, e indicou disposição para estreitar laços com o Vaticano. A declaração foi feita nesta sexta-feira (9) pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, em postagem nas redes sociais.

“Parabenizamos Robert Prevost por sua eleição como novo papa”, disse o porta-voz, referindo-se ao cardeal norte-americano que assumiu o nome pontifício de Leão XIV. A escolha de Prevost marca mais um capítulo da história recente do Vaticano, agora sob a liderança de um pontífice originário dos Estados Unidos.

Em tom diplomático, Lin Jian destacou a expectativa de que o novo papa adote uma abordagem construtiva no relacionamento com Pequim. “A China espera que, sob a liderança do Papa Leão XIV, o Vaticano continue a se envolver com a China em um espírito construtivo, mantenha uma comunicação aprofundada sobre questões internacionais de interesse comum, promova conjuntamente a melhoria das relações bilaterais e trabalhe por um mundo pacífico, estável e próspero”, afirmou.

Hamas pede que papa impeça o genocídio em Gaza

O Movimento de Resistência Islâmica Palestina (Hamas) enviou uma mensagem de congratulações ao novo líder da Igreja Católica. A informação foi divulgada pelo jornal palestino Filastín. Na nota, o Hamas expressa sua “esperança de que o Papa Leão XIV dê continuidade à abordagem moral de seu falecido antecessor, Francisco, defendendo os oprimidos e tomando medidas eficazes nos fóruns internacionais para deter o genocídio e a limpeza étnica perpetrados pela ocupação sionista contra crianças, mulheres e civis indefesos em Gaza”.

O movimento também destacou a atuação humanitária de Francisco em favor do povo palestino, lembrando que o papa anterior chegou a doar um papamóvel para uso das crianças em Gaza, símbolo de solidariedade em meio ao cerco e aos constantes bombardeios israelenses.

O apelo do Hamas ao novo papa soma-se a uma série de manifestações recentes de lideranças palestinas que pedem apoio internacional para deter o que classificam como crimes de guerra cometidos por Israel nos territórios ocupados. A Autoridade Nacional Palestina (ANP), em declaração oficial, expressou “esperança de que Leão XIV siga os esforços de Francisco pela paz” e reforçou “o orgulho nas relações históricas de amizade entre o Estado da Palestina e a Santa Sé”. O presidente palestino Mahmoud Abbas destacou o “papel moral, religioso e político da Santa Sé no apoio a causas justas, especialmente a causa do povo palestino e seu direito à liberdade e independência”.

Primeira missa

O papa Leão XIV disse esperar que durante seu papado a Igreja Católica seja um “farol que ilumina as noites do mundo”. A fala do novo pontífice ocorreu durante a homilia de sua primeira missa, realizada para cardeais na Capela Sistina na manhã desta sexta-feira (9). Na homilia, o novo pontífice destacou a união e o evangelho, e disse esperar que a Igreja e seu papado se tornem um “farol que ilumina as noites do mundo”. Leão XIV também lamentou o declínio da fé em detrimento do dinheiro ou do “poder do prazer”.

“Deus me confiou este tesouro para que, com a sua ajuda, eu possa ser seu administrador fiel em benefício de todo o Corpo Místico da Igreja. Ele o fez para que ela seja cada vez mais plenamente uma cidade sobre o monte, uma arca de salvação navegando pelas águas da história e um farol que ilumina as noites deste mundo”, afirmou Leão XIV, segundo a tradução oficial, em sua primeira homilia como papa. Ele pregou ainda que a Igreja Católica deve ser um farol para o mundo e que se identifique pela santidade de seus membros, e não pela “grandiosidade de seus edifícios”. A fala passa uma visão semelhante à do papa Francisco, seu antecessor.

O papa Leão XIV também fez um alerta contra a ideia de reduzir a figura de Jesus a um “líder carismático ou a um super-homem”. “Ainda hoje, não faltam contextos nos quais Jesus, embora apreciado como homem, é simplesmente reduzido a uma espécie de líder carismático ou super-homem, e isto não apenas entre os não crentes, mas também entre muitos batizados, que acabam por viver, a este nível, num ateísmo prático”, afirmou. No domingo (11), por volta das 7h, papa Leão XIV recitará a oração do Regina Coeli na Sacada Central da Basílica de São Pedro.

Foto: Vatican Media/Simone Risoluti ­Handout via Reuters

Fontes: Com informações do Brasil 247 e G1

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