Câmara homenageia 40 anos da CUT

29 de agosto de 2023 10:23

Unidas e misturadas, as trabalhadoras e os trabalhadores do campo e das cidades do Brasil, com luta, direitos e democracia que transformam vidas, marcaram presença nesta segunda-feira (28), em Brasília, na sessão solene da Câmara Federal em homenagem ao aniversário de 40 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), fundada em 28 de agosto de 1983. A entidade, a mais representativa de todas as centrais sindicais do país, foi homenageada no plenário Ulysses Guimarães, por iniciativa do deputado federal Vicentinho (PT/SP), que teve seu requerimento aprovado por seus pares.

Convidada, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) foi representada no ato de Brasília por seu vice-presidente, Cardoso. Segundo o vice-presidente da Fenae, a CUT merece todas as homenagens por sua trajetória de quatro décadas, pois tem participação decisiva no resgate do Estado Democrático de Direito. “No Brasil, direitos e democracia fortalecem propostas como a da Caixa pública e social, essencial para a retomada da rota do desenvolvimento sustentável do país”, admitiu.

Ao abrir a sessão solene, Vicentinho, que presidiu a CUT entre os anos de 1994 e 2000, afirmou que as quatro décadas da maior central sindical da América Latina são só o começo. O parlamentar recordou que a homenagem da Câmara acontece em um momento histórico no qual passado e presente se encontram, apontando para o importante papel que a Central Única dos Trabalhadores precisa desempenhar no processo de organização da classe trabalhadora e de reconstrução do país, sob a condução de um novo governo do presidente Lula.

Em seguida Vicentinho leu mensagem do deputado Arthur Lira (PP/AL), presidente da Câmara, que rendeu homenagens à CUT. No texto, entre outras coisas, o parlamentar alagoano afirmou que, “mais do que uma organização sindical, a CUT se transformou numa referência de solidariedade, coragem e persistência na defesa de direitos e da democracia em nosso país”.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que também é ex-presidente da CUT, foi representado na sessão solene pelo deputado federal Luiz Carlos da Silva (PT/SP), conhecido como Professor Luizinho. Em seu discurso, Professor Luizinho disse que a CUT é o motor-gerador da força e da luta sindical no Brasil e na América Latina, acrescentando: “Um dos desafios para o movimento dos trabalhadores é a revisão da legislação sindical e trabalhista, que começa com a política de valorização e de recuperação do salário-mínimo”, que o presidente Lula lança nesta segunda-feira (28), em Brasília”.

O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, participou do evento em Brasília e apontou sobre a importância dessa referência à CUT por parlamentares de todo o país. Depois de agradecer a homenagem aos 40 anos de fundação da Central Única dos Trabalhadores, Sérgio Nobre declarou que direitos e democracia não se separam e são construídos pela luta dos trabalhadores e das trabalhadoras. O presidente nacional da CUT homenageou aos milhões de anônimos que fizeram e fazem a trajetória de quatro décadas da quinta maior central sindical do mundo.

Um dos oradores mais aplaudidos da sessão solene foi Jair Meneguelli, fundador e o primeiro presidente da CUT, cargo no qual permaneceu por 11 anos consecutivos. Ele alegou que o movimento sindical não é apenas reivindicatório, mas atua como ente político que ressurge com força na cena política brasileira. Meneguelli defendeu ainda a reunificação de toda a classe trabalhadora em torno do desejo verdadeiro de um Brasil democrático e com cidadania, onde todas as pessoas tenham emprego, renda, educação, cultura e saúde, a despeito da cor da pele ou das origens social e geográfica.

Para celebrar os 40 anos de fundação da CUT, a deputada federal Erika Kokay (PT/DF), que é empregada da Caixa Econômica Federal, argumentou que foi na luta, com garra e energia coletivas, que a Central Única dos Trabalhadores chegou ao patamar que ostenta nestas quatro décadas. Segundo ela, a atuação da CUT está baseada em princípios de igualdade e solidariedade, sempre na perspectiva de organizar, representar sindicalmente e dirigir a luta dos trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, por melhores condições de vida e de trabalho e por uma sociedade justa e democrática.

Além de parlamentares e representantes governamentais, a sessão solene da Câmara Federal contou ainda com a participação de lideranças sindicais de diversas categorias e cidades do país. Os 40 anos da CUT foram objeto também de sessões solenes nas Assembleias Legislativas de São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e no Distrito Federal, além de Câmaras Municipais de São Paulo, Santo André, Diadema, Mauá, Campinas e Limeira

Um pouco de história

Como organização autônoma e democrática, de caráter classista, a CUT foi fundada em 28 de agosto de 1983, em São Bernardo do Campo (SP), durante o 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), em plena ditadura militar, para lutar pela redemocratização do país e enfrentar um modelo de organização sindical que não representava a classe trabalhadora, surgindo daí o chamado novo sindicalismo.

Desde então, a Central Única dos Trabalhadores vem atuando na disputa da hegemonia e das transformações ocorridas no cenário político, econômico e social ao longo da história brasileira, latino-americana e mundial.

Hoje, a CUT está presente em todos os ramos de atividade econômica do país, consolidando-se como a maior central sindical do Brasil e da América Latina, além da quinta maior do mundo, com 3.980 entidades filiadas, 7,9 milhões de trabalhadores associados e 25,8 milhões de trabalhadores na base.

Estruturalmente falando, a CUT se organiza em dois níveis. Há a organização horizontal via Direção Nacional e CUTs Estaduais em todos os 26 estados e no Distrito Federal, como também a organização vertical, com estruturas de base e entidades sindicais por ramo de atividade econômica: sindicatos, federações e confederações, a exemplo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT). A CUT conta ainda com organismos para o desenvolvimento de políticas específicas e assessoria: Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS), Instituto Observatório Social (IOS) e Instituto Nacional de Saúde do Trabalho (INST), além de sete Escolas Sindicais e uma Escola de Turismo e Hotelaria.

Reprodução/Fenae

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