Bailarino brasileiro, de Barra Mansa (RJ), tem visto negado nos EUA e interrompe carreira após 10 anos no país, mesmo após ser contratado por uma companhia de Nova York.

5 de junho de 2025 16:31

O bailarino brasileiro Luiz Fernando da Silva, de 29 anos, natural de Barra Mansa (RJ), teve o visto de trabalho negado pelos Estados Unidos e precisou interromper a carreira que construiu ao longo de 10 anos no país.

“Na época, eu não tinha dimensão do que o balé viria a se tornar na minha vida. Depois de participar de alguns festivais pelo Brasil, eu tive a minha primeira oportunidade de ir para o exterior em 2012, para um festival de dança que ocorreu em Nova York mesmo. Em 2012, naquele momento, eu decidi que eu ia seguir isso como profissão, que eu ia lutar para ter uma carreira como bailarino profissional, dançar em uma companhia e realmente viver da minha arte, da minha dança”, explicou.

Bailarino brasileiro tem visto negado nos EUA e interrompe carreira após 10 anos no país. Foto: Arquivo pessoal

Luiz conseguiu uma bolsa na escola de dança, Miami City Ballet School, e, depois, integrou a companhia profissional até 2024, quando decidiu buscar novas oportunidades profissionais.

Ele foi aprovado em uma audição no Dance Theatre of Harlem, em Nova York, uma das mais prestigiadas companhias de dança dos EUA. Com o contrato em mãos, deu entrada no visto de trabalho, mas o pedido foi negado em abril deste ano.

“Em maio de 2024, eu vim para o Brasil esperar todo esse processo de aplicação para o novo visto de trabalho com a companhia do Harlem e nesse processo de esperar, o meu visto foi negado agora em abril de 2025 me impossibilitando de continuar a minha carreira como bailarino”, disse Luiz.

Desde que tomou posse como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump implementou regras mais rígidas para a concessão de vistos de trabalho, incluindo exigências mais severas de comprovação de experiência, critérios que seguem impactando trabalhadores estrangeiros, inclusive artistas.

“Receber essa notícia foi bem triste, bem chocante para mim porque eu juntei todos os documentos, todas as provas, todos os materiais, nos últimos anos […] cartas de recomendação de pessoas que eu trabalhei na dança, sendo coreógrafos, bailarinos, professores, e juntei tudo. Mas, eles alegaram que não era o suficiente, que eu não tinha materiais o suficiente para poder exercer aquela função como bailarino de uma companhia lá”, continuou Luiz.

Agora, Luiz tenta se reorganizar e avalia a possibilidade de continuar a carreira no balé fora dos Estados Unidos. Durante o período de espera, Luiz está na casa dos pais em Barra Mansa.

“Por enquanto, eu ainda estou naquele momento de processar tudo que está acontecendo, porque é uma mudança muito grande, assim, na minha vida”, finalizou.

Estudante brasileiro detido a caminho de treino é libertado nos EUA

Após repercussão e pressão de autoridades, o estudante brasileiro Marcelo Gomes, de 18 anos, foi libertado nesta quinta-feira (5) em Massachusetts, nos Estados Unidos, após ser detido por agentes de imigração quando seguia para um treino de vôlei na cidade de Milford. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

A soltura ocorreu após a primeira audiência com um juiz de imigração no município de Chelmsford, no mesmo estado. O episódio gerou grande comoção local e levou a governadora democrata Maura Healey a se manifestar nas redes sociais com um apelo público pela libertação do jovem.

Protesto contra a prisão de Marcelo Gomes da Silva. Foto: Brian Snyder/Reuters.

De acordo com o pai do estudante, João Paulo Gomes Pereira, a chefe do Executivo estadual chegou a fazer contato telefônico com a família. “Ela mesma ligou para nós e disse que podemos contar com ela no que a gente precisar. Ela pediu desculpas pelo ocorrido e disse que está orando para que o Marcelo saia logo”, declarou Pereira à reportagem.

Marcelo vive nos Estados Unidos desde os seis anos e atualmente mora com os pais e os dois irmãos mais novos, de 7 e 9 anos — ambos nascidos em solo norte-americano. A família está no país há 12 anos. Segundo o pai, a mudança inicial se deu por uma viagem para visitar parentes, mas depois o casal conseguiu vistos de estudante. Com a expiração desses documentos, decidiram permanecer, mesmo sem regularização migratória.

A detenção de Marcelo acontece em meio à campanha aintimigração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, em seu segundo mandato iniciado em 2025, tem intensificado ações com o objetivo declarado de realizar a maior operação de deportação de imigrantes em situação irregular da história do país.

Foto de capa: arquivo pessoal.

Fonte: G1 e Brasil 247

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