Assassinatos e defesa de estupradores: as polêmicas do advogado bolsonarista João Neto

15 de abril de 2025 17:40

O advogado bolsonarista João Neto, preso em flagrante por violência doméstica na noite de segunda-feira (14), é conhecido nas redes sociais por seus bordões polêmicos e por comentar casos criminais de grande repercussão, como o do jogador Daniel Alves. As câmeras de segurança registraram o momento em que sua companheira saiu ensanguentada do apartamento do casal, em cenas chocantes que viralizaram.

Nas imagens, João Neto aparece tentando conter o sangue da vítima com uma toalha, que se recusa a receber ajuda. O advogado, então, força a toalha no rosto da mulher.

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Em entrevista a um podcast, João Neto já havia declarado ser favorável à agressão contra mulheres: “Tem um motivo. Claro que tem. Se ela bater. Se não quer apanhar, não bate”. O advogado justificou: “Se der um tapa na sua cara, vai tomar um bocado também. Você é Jesus Cristo para tomar tapa na cara?”

Em setembro de 2024, João Neto já havia causado polêmica ao agredir um colega advogado com três socos durante uma audiência de conciliação em Maceió.

Na ocasião, ele defendeu sua ação como legítima defesa: “Eu não sou mais homem que ninguém, mas ninguém é mais homem que eu. Enquanto estiver me gritando, me xingando, eu respeito, aceito, só não aceito que me toque”.

A OAB Alagoas informou que enviou ofícios à Polícia Federal e ao Conselho de Segurança sobre as ameaças feitas pelo advogado.

João Neto, que foi policial militar na Bahia, afirma ter matado 32 pessoas (28 na Bahia e 4 em Alagoas), todas em “legítima defesa”. Em suas próprias palavras: “Eu mato dez. Está aí para responder e eu não tenho medo não. Eu não quero responder como bandido, mas porque matei um safado”.

Fama nas redes sociais

O advogado ficou conhecido por bordões como “no côco e no relógio” (referência a tiros na cabeça e coração) e “cuida, pai”, além de suas opiniões polêmicas sobre direito penal. Seu perfil nas redes sociais conta com milhares de seguidores, atraídos por sua abordagem agressiva e controversa da justiça criminal.

João Neto ficou ainda mais conhecido nas redes sociais quando foi contratado pelo coach Pablo Marçal, então candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB. Na ocasião, a Justiça Eleitoral determinou a retirada das contas do político das redes sociais. Neto, então, sugeriu estratégias para contornar a decisão, como a criação de contas alternativas, e apareceu em lives de Marçal discutindo táticas para driblar ordens judiciais.

Em entrevista à Jovem Pan, no início deste mês, o advogado defendeu Daniel Alves, acusado de estupro na Espanha e o ex-vereador bolsonarista Gabriel Monteiro, que ficou preso por três anos pelo mesmo crime e agora cumpre a pena em liberdade condicionada. Segundo João Neto, os dois famosos foram vítimas de “assassinato de reputação”.

“Não dá para se reverter (o assassinato de reputação), vou lhe explicar: o dano que (a denúncia) gerou a Daniel, vai ser corrigido como? Vão devolver a fiança de R$ 6 milhões. Vão reestabelecer a liberdade dele, já reestabeleceram. Agora, e os anos que ficou preso? E a família que destruíram? E os anos que ficou preso? E o dinheiro que gastou, o contrato que perdeu?”, questionou.

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Foto: Reprodução

Reprodução/Diário do Centro do Mundo

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