
Regras do serviço de táxi atualizadas no DF, com novos critérios de idade dos veículos, vistoria e uso de sistemas digitais
8 de outubro de 2025 01:00Um projeto de lei sancionado nesta terça-feira, 7, após intenso diálogo com a categoria, atualizou as regras sobre a prestação do serviço de táxi no Distrito Federal. A norma, que nasceu da junção de projeto do Executivo com emendas do deputado distrital aliado Pedro Paulo de Oliveira, o Pepa, define critérios de idade, vistoria, classificação de veículos, uso de sistemas digitais e simplificação de exigências para os permissionários.
Com a nova lei, os veículos utilizados como táxi deverão ter idade máxima de 10 anos, quatro portas e ar-condicionado, e serão classificados em convencionais ou executivos. Os convencionais poderão ser movidos a combustível fóssil, biocombustível, híbrido ou elétrico, com cor predominante branca ou prata e porta-malas de 350 litros (ou 310 litros, no caso de veículos elétricos). Já os executivos deverão ter cor preta, bancos em couro ou material sintético, entre-eixos mínimo de 2.600 mm e capacidade máxima de sete lugares.
A vistoria obrigatória será feita apenas na apresentação inicial para veículos de até quatro anos, enquanto os veículos de cinco a dez anos deverão ser vistoriados anualmente. Não será permitido trocar por um modelo mais antigo, exceto em situações excepcionais, como casos de força maior, imprevistos ou quando houver interesse público.
A proposta também prevê a criação de bolsões exclusivos para táxis em eventos de grande porte e simplifica as exigências para o taxista, que agora precisa apenas comprovar inscrição no INSS ou como Microempreendedor Individual (MEI), sem necessidade de apresentar certidão negativa trabalhista para pessoa física.
A lei ainda autoriza o uso de sistemas digitais de intermediação de chamadas — como ocorre com os carros de aplicativo —, mas respeitando o tarifário definido pela Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob-DF) com base no taxímetro, uma vez que o serviço é uma concessão pública.
O Projeto de Lei nº 1.414/2024, que altera a Lei nº 5.323/2014, foi sancionado pelo governador Ibaneis Rocha sancionou, com a presença da voice-governadora, Celina Leão, e demais autoridades.Durante a solenidade, Ibaneis ressaltou a importância da categoria para a sociedade. “Com a sanção desta lei e a ampliação do programa de carros elétricos e híbridos plug-in, queremos dar mais um passo para modernizar o serviço e melhorar a renda da categoria. Hoje, um carro a combustão gasta mais de R$ 6 para rodar 14 quilômetros; com o elétrico, esse custo cai para cerca de R$ 1. Isso significa mais dinheiro no bolso do taxista e mais qualidade no serviço. A nossa meta é continuar apoiando os taxistas como empreendedores que são”, destacou o chefe do Executivo.
Celina Leão comemorou a mudança na legislação. “A medida não só reduz a burocracia e os custos operacionais para a categoria, como também aperfeiçoa o fluxo de trabalho dos nossos órgãos fiscalizadores. É uma vitória mútua que se traduz em mais segurança e conforto para os cidadãos do Distrito Federal”, disse. “São avanços importantes na lei dos táxis, pela decisão e vontade política do governo, permitindo mudanças estratégicas como, por exemplo, a possibilidade de os carros elétricos serem táxis, permitindo acesso a novos tipos de veículos, acesso a linhas de crédito e financiamento do BRB com taxas subsidiadas, bolsões de estacionamentos, a ampliação do prazo de validade dos veículos de táxi”, discursou Zeno Gonçalves, secretário de Transporte e Mobilidade.

“O governador Ibaneis, com a sua equipe, secretários e com essa Câmara Legislativa, tem sido o governador que mais ajudou a categoria de todos os tempos. Em tão pouco tempo de governo, ele já ajudou a categoria mais do que todos os outros governadores na história”, elogiou o presidente do Sindicato dos Permissionários de Táxis e Motoristas Auxiliares do Distrito Federal (Sinpetaxi), Sued Sílvio Souza.
Táxi verde
Durante o evento, o chefe do Executivo também destacou o programa Táxi Verde BRB, lançado em setembro e que oferece condições especiais de financiamento para taxistas adquirirem veículos elétricos. O programa é fruto de uma parceria entre o Governo do Distrito Federal (GDF) e o Banco de Brasília (BRB).
Com ele, os taxistas podem financiar até 80% do valor do veículo, limitado a R$ 200 mil, com prazo de pagamento entre 24 e 96 meses e carência de até três meses. A taxa de juros mensal é de 1,75%, considerada uma das mais competitivas do mercado. A medida poderá beneficiar cerca de 3,4 mil profissionais e marca um passo importante na modernização da frota.
Taxistas valorizados
Além das novas regras para o setor e do Táxi Verde BRB, uma série de outras ações foram adotadas pelo GDF em apoio aos taxistas
Além das novas regras para o setor e do Táxi Verde BRB, uma série de outras ações foram adotadas pelo GDF em apoio aos taxistas. Entre as principais estão: a criação de um ponto de apoio no Aeroporto Internacional de Brasília, com estrutura de descanso e alimentação; o reajuste das tarifas de táxi após quase dez anos de congelamento; e o auxílio financeiro de R$ 600 durante a pandemia, dentro do programa Mobilidade Cidadã.
“O governador construiu para a categoria o ponto de apoio dos taxistas. É o único da América Latina. Foi o primeiro governador a pensar na eletrificação da frota. Então, hoje, nós só temos motivo para comemorar”, concluiu Sued Sílvio.
O governo também incluiu a categoria como prioritária nas campanhas de vacinação e promoveu mutirões de atendimento e regularização junto ao sindicato.
- Governador Ibaneis Rocha, ao anunciar as novas regras do serviço de táxi no DF: “A nossa meta é continuar apoiando os taxistas como empreendedores que são”. Foto: Renato Alves/Agência Brasília
- Fonte: A partir de informações da Agência Brasília