
“Venezuela é nossa, não dos Estados Unidos”, diz embaixador na ONU. “Há um assassino rondando o Caribe.”
11 de outubro de 2025 10:26O embaixador da Venezuela na Organização das Nações Unidas (ONU), Samuel Moncada, denunciou nesta sexta-feira (10) um massivo deslocamento militar dos Estados Unidos nas proximidades das costas venezuelanas, alertando o Conselho de Segurança para o risco de uma catástrofe regional. A notícia foi divulgada pelo canal teleSUR.
Em tom firme e de grave advertência, Moncada acusou Washington de fabricar um conflito armado com o objetivo de se apoderar dos recursos petrolíferos da Venezuela. “Estamos diante de uma situação na qual é racional pensar que, em muito curto prazo, s. ““Há um assassino rondando o Caribe”e vai executar um ataque armado contra a Venezuela”, declarou. Segundo o diplomata, o movimento militar inclui mais de 10 mil soldados, aviões de combate, destróieres, cruzadores lançadores de mísseis, tropas de assalto, forças especiais e até um submarino nuclear.
A “ficção” do narcotráfico e a cobiça pelo petróleo
O representante venezuelano desmentiu a versão do governo norte-americano de que a presença militar no Caribe teria como objetivo o combate ao narcotráfico. Moncada classificou essa justificativa como uma “ficção impulsionada por um governo belicista”.
“Quem pode acreditar que uma escalada militar dessa magnitude tem como fim o narcotráfico?”, questionou. Para ele, o verdadeiro motivo é o interesse dos Estados Unidos em controlar o petróleo venezuelano. “Os Estados Unidos estão desesperados por controlar todas as fontes de petróleo do mundo e acreditam que o petróleo da Venezuela lhes pertence”, afirmou.
O diplomata comparou a atual ofensiva de Washington às intervenções em países como Iraque, Síria e Líbia. “Se a Venezuela não tivesse petróleo, a ameaça militar que está a ponto de se executar não existiria”, declarou.
“Há um assassino rondando o Caribe”
Moncada denunciou também operações militares norte-americanas que resultaram na morte de 21 pessoas em embarcações no Caribe, chamando-as de “execuções extrajudiciais”. “O Governo dos Estados Unidos disfarça seus crimes com a máscara da defesa própria. Assassina civis sem apresentar provas sobre a identidade das vítimas ou sobre a iminência de um ataque”, afirmou. Em tom incisivo, perguntou ao plenário: “Há um assassino rondando no Caribe?”.
Três ações concretas e apelo ao Conselho de Segurança
Durante a sessão de emergência convocada por Caracas, o embaixador propôs três medidas concretas ao Conselho de Segurança:
- Reconhecer formalmente a existência de uma ameaça à paz e à segurança internacionais;
- Adotar medidas urgentes para evitar a escalada militar;
- Aprovar uma resolução que comprometa todos os países, inclusive os Estados Unidos, a respeitar a soberania e a integridade territorial da Venezuela.
“Só estamos pedindo o respeito à Carta das Nações Unidas”, ressaltou Moncada.
O direito à legítima defesa
Moncada lembrou a tradição de resistência do povo venezuelano. “Se alguém acredita que pode nos arrasar porque somos um país pequeno, deve olhar para o passado e ver que a Venezuela foi a tumba de um império”, disse.
Encerrando sua intervenção, o diplomata fez um alerta direto ao mundo: “Se os Estados Unidos chegarem a atacar a Venezuela e seu povo, temos o sagrado dever de defender o que é nosso”, afirmou, citando o artigo 51 da Carta da ONU, que garante o direito à legítima defesa.
Em tom patriótico, concluiu: “Exerceremos com toda a força que nos dá o amor à pátria nosso direito à legítima defesa, e assim tardemos gerações nessa luta. Nós venceremos”, declarou, reafirmando que a Venezuela “seguirá ganhando a paz”.
- Embaixador da Venezuela na ONU, Samuel Moncada, denunciou o massivo deslocamento militar dos Estados Unidos nas proximidades das costas venezuelanas, alertando o Conselho de Segurança para o risco de uma catástrofe. Foto: AVN
- Fonte: Brasil 247/Canal TeleSUR