Ser ou não ser poder, eis a questão: ministros Sabino e Fufuca desafiam partidos e seguem no governo Lula

Ao anunciarem a permanência no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os ministros do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), e do Esporte, André Fufuca (Progressistas), desafiaram os próprio partidos – que não fazem parte da base do governo. No caso do União, há um fator adicional: o partido formou uma frente partidária de opoisção junto com o Partido Progressistas (PP), chamada União Progressista (UP ou UPb). A presidência da federação é compartilhada entre os dois partidos — Antônio Rueda (União) e Ciro Nogueira (PP).

O União Brasil anunciou, em 2 de setembro, o desembarque do governo, juntamente com o Partido Progressista (PP), de André Fufuca. Desde então, tanto Sabino quanto Fufuca tentavam ganhar tempo para decidir se deixariam Lula ou se contrariariam seus partidos, arriscando uma expulsão.

O partido de Sabino chegou a fazer reunião decisiva nesta semana para definir o destino do ministro, mas ainda não anunciou nenhum tipo de expulsão formal do União Brasil.

Sabino enfrentou a reação da sigla assim que anunciou seguir no governo, nesta quarta-feira, 8. “Fico. Tenho a confiança do presidente Lula e pretendo continuar os trabalhos que venho desenvolvendo no Ministério do Turismo, com apoio de boa parte da bancada”, declarou o ministro em meio à pressão do União Brasil pelo desembarque da legenda.

Ato contínuo, o goverador e presidenciável – pelo menos nos sonhos dele – Ronaldo Caiado, de Goiás, também do União Brasil, deu declaração criticando o ministro: “Como ele quer ficar no governo, em um partido que faz oposição ferrenha, e manter as regalias? Ele não pode fazer do seu projeto pessoal algo acima das regras partidárias”.

Caiado completou: “A Executiva do partido já deliberou sobre o assunto. Foi dado um prazo a ele e, assim, foram encaminhados os itens: intervenção no território, suspensão das atividades partidárias e, depois, a expulsão”.

O PP teve menos tolerância que o União. Já soltou nota nesta quarta, 08, sobre as providências tomadas contra o ministro do Esporte. “O Progressistas comunica que, diante da decisão de desobedecer a orientação da Executiva Nacional do partido e permanecer no Ministério do Esporte, o ministro André Fufuca fica, a partir de agora, afastado de todas as decisões partidárias, bem como da vice-presidência nacional do partido”, informou. A palavra “expulsão”, curiosamente, não foi mencionada.

Segundo a sigla, a “Direção Nacional do Progressistas realizará, ainda, intervenção no diretório do Maranhão, retirando o ministro do comando da legenda no estado”.

• Montagem sobre fotos de Vinicius Schimidt e Kebec Nogueira/Metrópoles
• Fonte: Metrópoles