Lula convoca ministros para avaliar situação no Rio de Janeiro

29 de outubro de 2025 12:04

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou ministros do governo, nesta quarta-feira, 29, para discutir a situação no Rio de Janeiro, após a megaoperação policial contra o CV (Comando Vermelho) – a mais letal da história da capital fluminense.

O encontro, que ocorre no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, conta com a presença dos seguintes integrantes do primeiro escalão do governo:

  • Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro da Indústria
  • Gleisi Hoffmann, ministra de Relações Exteriores
  • Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação Social
  • Rui Costa, ministro da Casa Civil
  • Macaé Evaristo, ministra dos Direitos Humanos
  • Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial
  • Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, e o ex-deputado federal pelo RJ e presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT-RJ), também estão presentes.

De acordo com um integrante do alto escalão do governo que participou da reunião convocada por Alckmin – Lula voltava da Ásia – sobre o tema na noite desta terça-feira, os membros da comitiva de Lula ficaram, na maior parte dos voos de volta de Kuala Lumpur, incomunicáveis, mas o avião usado permite o recebimento de algumas mensagens de texto.

Um membro da comitiva de Lula ao Sudeste Asiático disse que não sabia de nada sobre a crise de segurança pública no Rio até o pouso em Brasília. Na reunião com Alckmin representantes das forças de segurança federais relataram não terem sido informados previamente sobre a operação no Rio. Mais cedo, Lewandowski disse publicamente que não foi consultado nem informado pelo governador Cláudio Castro (PL) sobre a operação policial.

Pela manhã, Castro cobrou “um trabalho de integração muito maior com as forças federais” e disse que pediu o apoio de blindados das Forças Armadas três vezes, mas os pedidos foram negados, o que foi visto pelo governo federal como uma crítica política. Os pedidos do governador foram negados porque a cessão de blindados exigiria a decretação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), operação por meio da qual as Forças Armadas exercem atividades de segurança pública de maneira provisória. A GLO pode ser pedida pelo governador, que não o fez.

“Todo mundo estava surpreso com a operação que foi realizada hoje, uma operação dessa magnitude. Para ter sucesso, operações grandes como essa têm que ser integradas com participação do governo federal”, disse Gleisi ao GLOBO após a reunião com Alckmin.

A ministra ressaltou que o governador do Rio nunca solicitou ao governo federal a decretação de uma GLO. No meio da tarde, Castro telefonou para Gleisi e, segundo ela, reconheceu que não fez pedidos de GLO nem de equipamentos para a operação desta terça-feira.

“O que ele (Castro) pediu foram equipamentos. Não pediu GLO, teria que ter pedido. Como o governo vai intervir e fazer uma GLO em uma situação que não é pedida? Não é uma coisa simples”, salientou Gleisi.

Em nota, a Casa Civil disse que Rui Costa telefonou para Castro e “comunicou a disponibilidade de vagas em presídios federais para receber” líderes de facções criminosas e pediu “a realização de uma reunião de emergência na capital fluminense” com ele e Lewandowski nesta quarta, mas o encontro no Rio de Janeiro ainda não foi confirmado.

  • O presidente Lula, voltando da Ásia, conbocou reunião ministerial urgente assim que soube do massacre em comunidades do \Rio. Foto: Eraldo Peres/AP
  • Fonte: CNN Brasil/Metrópoles/Infomoney

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