
China mira Brasil com investimentos bilionários até 2032
14 de julho de 2025 09:56Diante da imposição de tarifas dos Estados Unidos em produtos importados, o Brasil tem buscado diversificar suas exportações, e mira no fortalecimento da parceria comercial com a China.
Os investimentos abarcam setores-chave da economia como mobilidade, energia renovável, tecnologia, mineração e semicondutores.
Os recursos também serão aplicados nos segmentos de delivery e fast food.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil, respondendo por 28% do valor total exportado e por 41,4% do superávit comercial do Brasil.
Commodities como soja (33,4%), petróleo bruto (21,2%) e minério de ferro (21,1%) representaram 75,6% do total exportado pelos produtores brasileiros aos chineses.
GWM
A montadora chinesa anunciou R$ 6 bilhões para expansão das suas operações no Brasil. Os investimentos serão aplicados entre 2027 e 2032 para o acréscimo de dois modelos à linha de produção no Brasil.
Os recursos se somam aos R$ 4 bilhões investidos entre 2022 a 2025 para reativar a fábrica de Iracemápolis (SP).
Meituan
Líder no mercado de entregas na China, a Meituan vai entrar no mercado de delivery do Brasil. A empresa anunciou um investimento superior a R$ 5 bilhões nos próximos cinco anos.
A operação será realizada sob a marca Keeta, já usada em Hong Kong e Arábia Saudita. A previsão é que a operação gere cerca de 100 mil empregos indiretos.
A empresa chinesa também planeja implementar uma central de operações no Nordeste.
Envision Energy
A empresa Envision Energy anunciou R$ 5 bilhões em investimentos para a construção do primeiro Parque Industrial Net-Zero da América Latina no Rio de Janeiro.
O foco da planta industrial será a produção de SAF (Combustível Sustentável de Aviação), hidrogênio verde e amônia verde.
CGN
A CGN vai investir R$ 3 bilhões em um hub de energia renovável no Piauí, com foco em energia eólica, solar, e armazenamento de energia, com geração prevista de mais de 5 mil empregos na construção das unidades. A capacidade instalada prevista é de até 1,4 GW.
Mixue
A rede de fast food Mixue vai passar a comprar frutas do Brasil para fabricação dos sorvetes e bebidas geladas, como chás.
A empresa vai iniciar operação no Brasil com capital de RS$ 3,2 bilhões e projeta 25 mil empregos até 2030. A primeira série de lojas está confirmada em São Paulo.
Baiyin Nonferrous
A mineradora Baiyin Nonferrous investiu R$ 2,4 bilhões na aquisição da mineradora Vale Verde. A operação tem a capacidade de produzir anualmente 400 mil toneladas de cobre, 400 mil de chumbo e zinco, 15 toneladas de ouro e 500 toneladas de prata.
A demanda chinesa por cobre impulsionou a aquisição.
Longsys
No setor de tecnologia, a Longsys, por meio da subsidiária Zilia, anunciou um plano de investimentos de R$ 650 milhões para ampliar a capacidade de suas fábricas em Atibaia (SP) e Manaus (AM).
As plantas têm foco em encapsulamento, testes de circuitos integrados e montagem de dispositivos eletrônicos com semicondutores.
A Zilia tem participação nacional na fabricação de componentes para semicondutores e também dispositivos de memória, os circuitos integrados de memória DRAM e Flash.
DiDi
A Didi — controladora do aplicativo de transporte 99 — vai investir em serviço de entrega no Brasil e planeja construir cerca de 10 mil pontos de recarga para promover a eletrificação de veículos na frota nacional.
A empresa anunciou R$ 1 bilhão para relançar o 99Food e expandir operações no Brasil.
Entre os investimentos previstos, também há parcerias privadas entre empresas brasileiras e chinesas:
- Nortec Química e empresas chinesas: R$350 milhões em insumos farmacêuticos;
- Raízen e SAFPAC: Acordo para produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF) na China;
- Fiocruz e Biomm: Produção local de insulina com potencial de beneficiar 16 milhões de brasileiros;
- ABES e ZGC: Cooperação em IA, infraestrutura de dados e capacitação;
- Eurofarma e Sinovac: Criação do Instituto Brasil-China de biotecnologia.
- Imagem com as bandeiras de Brasil e China – que podem se aproveitar do tarifaço Dos EUA. Commodities como soja (33,4%), petróleo bruto (21,2%) e minério de ferro (21,1%) representaram 75,6% do total exportado pelos produtores brasileiros aos chineses. Foto: Alan Santos/PR
- Fonte: CNN Money