
Mudança de opinião de Trump sobre Lula passou pelo papo-picanha da família dona da JBS
26 de setembro de 2025 07:00Um dos proprietários da gigante brasileira de frigoríficos JBS, Joesley Batista, se reuniu em particular com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cerca de três semanas antes de Trump estender um surpreendente ramo de oliveira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu discurso na ONU na terça-feira, disseram à Reuters três pessoas com conhecimento do encontro.
Essa reunião ajudou a pavimentar o caminho para que Trump adotasse um tom mais favorável a Lula na Assembleia-Geral das Nações Unidas, disseram duas das fontes.
Na terça-feira, Trump elogiou o presidente brasileiro, apesar de meses de discussões entre os dois líderes sobre o que a Casa Branca chamou de “caça às bruxas” no Brasil contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, um aliado de Trump.
“Tivemos uma boa conversa e concordamos em nos encontrar na próxima semana”, disse Trump. “Pelo menos por cerca de 39 segundos, tivemos uma química excelente”, acrescentou.
Em julho, a Casa Branca anunciou tarifas de 50% sobre a maioria das importações brasileiras, incluindo carne, o que pode abalar a cadeia de suprimentos de empresas de alimentos, incluindo a JBS e sua subsidiária Pilgrim’s Pride.
Foi nas semanas seguintes que o coproprietário da JBS, Joesley Batista, conseguiu marcar uma reunião com Trump, noticiada pela primeira vez pelo jornal Folha de S.Paulo.
A JBS se recusou a comentar e a Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
De acordo com uma das pessoas com conhecimento da conversa, Batista disse a Trump que as tarifas que ele havia imposto aos produtos brasileiros estavam tornando a carne bovina muito cara para os norte-americanos.
As tarifas foram citadas pela Casa Branca como retaliação contra o que Trump acreditava ser uma perseguição injusta a Bolsonaro, que este mês foi condenado por tentativa de golpe de Estado para permanecer no poder depois de perder a eleição de 2022.
- Wesley e Joesley Batista, proprietários da gigante brasileira de frigoríficos JBS: ponte com Trump. Foto: Divulgação
- Fonte: Reuters/Brasil 247