
Gado verde-amarelo muge por anistia para Bolsonaro e condenados por atos golpistas em Copacabana
7 de setembro de 2025 13:43Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram neste domingo (7) na orla de Copacabana, na Zona Sul do Rio, e pediram anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Com cartazes, bandeiras do Brasil e discursos de lideranças políticas e religiosas – o ridículo de sempre -, os participantes também defenderam pautas como liberdade de expressão e fizeram críticas ao Judiciário.
Manifestantes exibiram mensagens de apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e cartazes com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Uma das faixas exibidas no ato trazia a seguinte frase: “Golpe é eleição sem Bolsonaro. Anistia já.”

A abertura do ato foi marcada pela execução do Hino Nacional, e o primeiro a discursar foi o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que é réu por golpe de Estado junto com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Durante o ato, foi reproduzido um áudio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, em que ela afirma existir perseguição política.
O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), manifestou apoio ao ex-presidente e puxou um coro com as frases: “Bolsonaro inocentado” e “Não existe golpe”.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi o último a discursar e disse: “Não existe anistia criminal sem anistia eleitoral”. Em seguida, os participantes gritaram “Fora Moraes”.
A manifestação, encerrada às 13h, foi convocada pelo pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), e por outras representações religiosas. O evento fez parte de uma mobilização nacional, com atos em diferentes capitais do país.
No Rio de Janeiro, a concentração começou antes das 11h, na faixa de areia de Copacabana, na altura do Posto 5.
Equipes da CET-Rio e da Polícia Militar acompanharam a movimentação, e o trânsito na região pode sofreu alterações.
Em ato na Paulista, na São Paulo de Tarcísio de Freitas, com cartazes e bandeiras do Brasil, dos Estados Unidos e de Israel, também estenderam uma bandeira gigante dos Estados Unidos – em frente à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Paradoxo de quem não raciocina: empresas do estado concentram um terço das exportações para os EUA e o estado foi um dos cinco estados mais afetados pelo Tarifaço.

Julgamento no STF e discussão de anistia no Congresso
Na última terça-feira (2), o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar Bolsonaro e mais sete réus pela tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. O julgamento deve ser concluído até a próxima sexta (12).
Bolsonaro está em prisão domiciliar por violar medidas restritivas impostas anteriormente. Se for condenado, pode pegar até 43 anos de prisão. Ele também está inelegível, porque foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político.
Em paralelo, ganhou força na Câmara dos Deputados a discussão sobre a possibilidade de votar uma anistia para condenados por crimes contra a democracia.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), está sob pressão dos aliados de Bolsonaro, mas ainda não colocou em votação qualquer projeto com essa finalidade.
O PL, partido de Bolsonaro, é o principal interessado, e o Centrão também está endossando a medida. A aliança formada por União Brasil e PP, que tem maior bancada na Câmara, anunciou o desembarque do governo Lula recentemente para aderir à campanha da anistia.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que é do Republicanos, esteve em Brasília para tentar convencer Motta a colocar o tema em votação.
Não se sabe ainda qual texto seria votado. Um dos pontos em discussão é o alcance da possível anistia: se ela valeria apenas para quem já foi condenado pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 ou se alcançaria também o ex-presidente e seus aliados que estão sendo julgados no STF.
Aliados mais próximos de Bolsonaro querem uma anistia geral. O Senado discute uma proposta alternativa que exclui o ex-presidente e reduz penas de golpistas condenados, sem que haja a anulação.
O governo é contra votar qualquer proposta de anistia, e o presidente Lula pediu mobilização social para barrá-la.
- Imagem aérea mostra manifestação de apoiadores de Bolsonaro na Copacabana. Foto: Reprodução
- Fonte: G1