
Ver para crer: plano de cessar-fogo dos EUA inclui retirada gradual de Israel de Gaza
29 de setembro de 2025 20:13O plano de 20 pontos proposto pelos Estados Unidos para encerrar a guerra em Gaza vai além da estrutura típica de cessar-fogo e negociações de reféns, preparando o cenário para que Israel gradualmente entregue o território conquistado a uma força de segurança internacional.
A proposta apresenta dois caminhos possíveis. Em um deles, as forças israelenses recuarão para as linhas previamente acordadas se o Hamas concordar em libertar todos os reféns em 72 horas.
No outro, se o Hamas se recusar, Israel continuará sua ofensiva militar em Gaza e entregará gradualmente o território a uma autoridade de transição.
De qualquer forma, a proposta marca a primeira vez que Israel concordou publicamente em eventualmente se retirar de partes da Faixa de Gaza e entregar território a uma força de segurança internacional.
No entanto, o plano não estabelece um cronograma para que essa transferência ocorra.
A proposta também indica que Israel deve aumentar significativamente a ajuda a Gaza, mesmo que o Hamas a rejeite.
O planejamento não se garante de que forma Israel deve recuperar os reféns se o Hamas não aceitar o acordo. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que “Israel terminará o trabalho sozinho” se o Hamas não aceitar o plano.
Entenda o plano dos EUA para Gaza
A Casa Branca divulgou nesta segunda-feira (29) os principais pontos do plano apresentado pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para acabar com a guerra na Faixa de Gaza.
A proposta do governo americano prevê um governo internacional temporário, que seria chamado de “Conselho da Paz”, chefiado e presidido por Trump, com outros membros e chefes de Estado a serem anunciados, incluindo o ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair.
O controle de Gaza seria posteriormente cedido à Autoridade Palestina.
O plano apresentado por Trump prevê um cessar-fogo permanente e a libertação de todos os reféns que continuam nas mãos do Hamas, vivos ou mortos.
Em troca, Israel libertará presos palestinos e devolverá restos mortais de pessoas de Gaza. O acordo sugere ainda que Gaza não será anexada por Israel e que o Hamas não terá participação no governo do território.
Integrantes do grupo palestino que se renderem seriam anistiados. A proposta também inclui a retirada gradual das forças israelenses de Gaza e a desmilitarização do território.
- Presidente dos EUA, Donald Trump, e premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, se reúnem no Salão Oval de Casa Branca. Se o vice JD Vance, preposto de Peter Thiel, sorriu, não é coisa boa.
- Foto: Benjamin Netanyahu via X