Trump diz que Netanyahu é “um herói de guerra” e volta a atacar promotores de Israel em meio a julgamento por corrupção

29 de junho de 2025 12:46

Em nova demonstração de apoio ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a atacar publicamente o sistema de Justiça israelense e os promotores responsáveis pelo julgamento de Netanyahu por corrupção. As declarações foram publicadas neste sábado (28) em sua rede social Truth Social e repercutidas pelo jornal The Times of Israel.

“É terrível o que estão fazendo em Israel com Bibi Netanyahu”, escreveu Trump, usando o apelido pelo qual Netanyahu é conhecido internacionalmente. Segundo o presidente dos EUA, o premiê israelense “é um herói de guerra e um primeiro-ministro que fez um trabalho fabuloso trabalhando com os Estados Unidos para obter grande sucesso na eliminação da perigosa ameaça nuclear no Irã”.

Trump também afirmou que o processo judicial contra Netanyahu coloca em risco as delicadas negociações em curso no Oriente Médio. “É importante ressaltar que ele está agora no processo de negociação de um acordo com o Hamas, que incluirá a devolução dos reféns”, disse o presidente dos EUA, em referência aos israelenses sequestrados durante o conflito em Gaza.

O presidente norte-americano classificou o julgamento por corrupção como uma “caça às bruxas” e afirmou que as audiências judiciais atrapalham os esforços diplomáticos. “Como é possível que o primeiro-ministro de Israel seja forçado a ficar sentado em um tribunal o dia todo, por nada?”, questionou.

Na sequência, Trump elevou o tom ao insinuar que os Estados Unidos poderiam rever seu apoio a Israel caso o processo contra Netanyahu continue. “Os Estados Unidos da América gastam bilhões de dólares por ano, muito mais do que qualquer outra nação, a proteger e a apoiar Israel”, afirmou. E completou: “Não vamos tolerar isso. Isso mancha muito nossa vitória.”

O presidente ainda pediu que Netanyahu seja liberado para se concentrar nas questões de Estado. “Deixem Bibi ir. Ele tem um grande trabalho a fazer”, declarou.

Essa é a segunda vez em poucos dias que Trump interfere publicamente na política interna de Israel, criticando o sistema judicial do país e expressando apoio irrestrito a Netanyahu, que enfrenta acusações de fraude, suborno e quebra de confiança em três casos distintos. O primeiro-ministro nega todas as acusações e afirma ser vítima de perseguição política.

O processo contra Netanyahu corre em paralelo às intensas negociações diplomáticas no Oriente Médio, que envolvem tentativas de cessar-fogo em Gaza e um possível acordo com o Irã. Trump, que busca se apresentar como peça-chave nas articulações, vê no julgamento uma ameaça direta aos avanços que a Casa Branca alega estar alcançando na região.

As declarações do presidente dos EUA reforçam a crescente tensão entre a Justiça israelense e setores políticos alinhados ao governo de Netanyahu, além de evidenciar o peso do apoio norte-americano nos bastidores da política de Israel.

Imagem do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reúne-se com o presidente dos EUA, Donald Trump, antes de assinar os Acordos de Abraão. Foto: Tom Brenner/ Reuters

Fonte: Brasil 247/The Times of Israel

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