O horror: massacre israelense ao vivo. Vídeos mostram momento que míssil de Israel atinge jornalistas e socorristas em Gaza

25 de agosto de 2025 16:47

Poucas vezes imagens transmitidas ao vivo mostraram, com tanto horror, a brutalidade, a falta de princípios, a desumanidade e a guerra suja praticado pelas forças de Israel em Gaza – e a repercussão internacional está sendo imediata e colossal. Imagens feitas de dentro e de fora do hospital da Faixa de Gaza atacado nesta segunda-feira (25) por Israel mostram o momento em que jornalistas e equipes de resgate são atingidos por um dos mísseis disparados por forças israelenses.

O ataque em série matou 20 pessoas, entre elas cinco jornalistas, e deixou diversos feridos, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo grupo terrorista Hamas.

Ahmed Abu Aziz, Moaz Abu Taha, Mariam Abu Dagga, Mohammed Salama e Hussam al-Masri: jornalistas assassinados por míssil de Israel. Fotos: Reuters/Redes sociais

O hospital Nasser, o único em funcionamento de Khan Younis, no sul de Gaza, foi atingido com dois mísseis. Testemunhas disseram à Reuters que houve um intervalo entre os dois ataques: a segunda ofensiva, de acordo com os relatos, ocorreu quando equipes de resgate e jornalistas estavam no local.

Veja imagens feitas pela mídia internacional e postadas por UOL, Poder 360 e Metrópoles. Imagens fortes.

Um dos vídeos foi feito de dentro do hospital por um dos jornalistas atingidos. O profissional registrava o trabalho da equipe de resgate no atendimento a feridos e na retirada de corpos de vítimas do primeiro ataque quando uma nova explosão é registrada. A imagem é interrompida por uma nuvem de poeira. Em outro vídeo, um cinegrafista da TV local Alghad filmava, da rua, o local atingido pelo primeiro ataque, segundo a agência de notícias Reuters. 

Fumaça é vista após uma explosão durante uma operação israelense, na Cidade de Gaza nesta segunda (25). Foto: Dawoud Abu Alkas/Reuters

O hospital Nasser é o maior da cidade de Khan Younis, e o único ainda operacional no sul de Gaza, segundo o Ministério da Saúde palestino. A Defesa Civil de Gaza afirmou que esta foi a 26ª vez que suas equipes são alvos de ataques israelenses durante trabalhos de resgate.

O Exército israelense confirmou o bombardeio e, numa nota canalha, lamentou “qualquer ferimento entre pessoas não envolvidas”, sem especificar o que isso significa. A pasta disse também não ter tido intenção de atingir jornalistas, mas não explicitou quem era o alvo do ataque. “Deixe-me ser claro: as Forças de Defesa de Israel não miram civis”, disse um porta-voz do órgão.

O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, classificou o ocorrido como um “acidente trágico”.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou “não estar feliz” com o ataque israelense: “Não quero ver isso”, disse durante coletiva na Casa Branca —os EUA são os maiores aliados de Israel. Trump fez novos apelos por um acordo para a libertação dos reféns israelenses ainda em poder do Hamas.

Jornalistas mortos

Entre os jornalistas mortos, um deles trabalhava como freelancer para a agência de notícias Reuters, outro trabalhava para a Associated Press (AP), e os outros dois prestavam serviços à TV catari “Al Jazeera”.

Israel não permite a entrada em Gaza de repórteres de agências de notícias ou grandes veículos internacionais para cobrir o conflito, o que contraria diretrizes da ONU que asseguram o direito à presença de jornalistas dentro de zonas de guerra. Para contornar a questão, esses meios de comunicação contratam jornalistas palestinos para reportarem a situação de dentro do enclave.

A Reuters lamentou a morte de Hussam al-Masri, e disse que o fotógrafo Hatem Khaled, outro palestino que prestava serviços à agência, ficou ferido no ataque. Uma transmissão ao vivo que Hussam operava foi interrompida abruptamente no momento do ataque inicial, segundo imagens da agência.

“Estamos devastados com a notícia da morte do contratado da Reuters Hussam al-Masri e dos ferimentos de outro de nossos contratados, Hatem Khaled, em ataques israelenses ao hospital Nasser, em Gaza, hoje. Estamos buscando urgentemente mais informações e pedimos às autoridades em Gaza e em Israel que nos ajudem a conseguir assistência médica imediata para Hatem”, disse um porta-voz da Reuters.

Palestinos encontram equipamentos de filmagem em local de ataque israelense no hospital Nasser, no sul da Faixa de Gaza, em 25 de agosto de 2025. — Foto: REUTERS/Hatem Khaled
Palestinos encontram equipamentos de filmagem em local de ataque israelense no hospital Nasser, no sul da Faixa de Gaza, em 25 de agosto de 2025. Foto: Hatem Khaled/Reuters

No início de agosto, outros seis profissionais da TV “Al Jazeera” morreram em um ataque de Israel. O governo israelense rompeu os laços com o veículo e acusa seus jornalistas de integrarem o Hamas, algo que a “Al Jazeera” nega.

O ataque ocorre em meio a uma intensificação da ofensiva israelense em Gaza, com o início de uma ampla operação terrestre para tomar a Cidade de Gaza e, posteriormente, a totalidade do território palestino. Tanques israelenses foram vistos se posicionando na fronteira com Gaza nesta segunda-feira.

Segundo o Sindicato dos Jornalistas Palestinos, mais de 240 jornalistas palestinos foram mortos por tiros israelenses em Gaza desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023.

  • Em segunds, vidas viram pó: vídeo de TV palestina flagra momento exato que ataque israelense atinge equipe de resgate em hospital no sul da Faixa de Gaza em 25 de agosto de 2025. Foto: Alghad TV via Reuters
  • Fonte: G1/UOL/Poder 360/Metrópoles, com agências internacionais

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