
Trump recusa pedido de Zelensky por mísseis Tomahawk e evita nova escalada da guerra na Ucrânia
18 de outubro de 2025 08:15O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se recusou nesta sexta-feira (17) a enviar mísseis de cruzeiro Tomahawk ao governo de Vladimir Zelensky, frustrando a tentativa do líder ucraniano de obter armamento de longo alcance para atacar a Rússia. A informação foi publicada pelo Financial Times.
A decisão representa uma mudança importante na política externa norte-americana em relação ao conflito, ao indicar que a Casa Branca busca evitar uma nova escalada militar e aposta em uma solução diplomática. Segundo Trump, “os Tomahawks são armas muito perigosas e poderiam significar uma escalada”.
“Os Tomahawks são um problema sério”, afirmou o presidente, acrescentando que pretende “encerrar a guerra sem precisar pensar nos Tomahawks”.
Zelensky deixa a Casa Branca sem acordo
De acordo com o Financial Times, Zelensky deixou a Casa Branca após uma reunião classificada como “tensa” sem conseguir o apoio militar que esperava. O líder ucraniano, que tem feito apelos insistentes por mais armas, foi surpreendido pela nova postura de Trump e pelo anúncio de que o presidente norte-americano manteve uma conversa com o líder russo Vladimir Putin para discutir uma saída política ao conflito.
Segundo o portal Axios, durante o encontro, Trump foi direto ao afirmar que “pelo menos por agora” não entregará os mísseis a Kiev. A fala teria deixado Zelensky visivelmente contrariado.
Sinais de mudança na estratégia de Washington
A recusa aos Tomahawks reflete o cansaço crescente de Washington com a guerra prolongada e o custo político e econômico do apoio irrestrito ao governo de Zelensky, cuja popularidade interna e internacional vem diminuindo.
Trump, que desde o início do conflito critica o envolvimento militar dos EUA, voltou a dizer que as armas são “necessárias também para os próprios Estados Unidos” e que a prioridade de seu governo é preservar a segurança americana e encerrar a guerra o quanto antes.
“Precisamos dos Tomahawks e de muitas outras armas que estamos enviando à Ucrânia. Essa é uma das razões pelas quais queremos pôr fim a esta guerra”, declarou.
Desgaste de Zelensky e fadiga da guerra
A insistência de Zelensky em pedir mais armamentos pesados vem sendo criticada inclusive por aliados europeus, que veem no governo ucraniano um discurso cada vez mais radicalizado e dependente da ajuda externa. O prolongamento do conflito, somado ao impacto econômico das sanções contra a Rússia, tem alimentado divisões internas na União Europeia e crescente rejeição popular às políticas de guerra.
A postura de Trump, embora pragmática, contrasta com a retórica belicista de Zelensky, que insiste em ampliar o alcance dos ataques, mesmo diante do risco de envolver a OTAN e desencadear uma guerra de grandes proporções.
Caminho para o diálogo
A recente conversa entre Trump e Putin, mencionada pelo presidente norte-americano, reforça a possibilidade de uma negociação direta entre Washington e Moscou para reduzir tensões e estabelecer condições para um cessar-fogo duradouro.
Enquanto Zelensky tenta manter viva a retórica de confronto, Trump sinaliza uma mudança de paradigma: em vez de prolongar a guerra, buscar um acordo que restaure a estabilidade europeia e global.
Com isso, o líder ucraniano volta de Washington sem os mísseis que esperava — e com um recado claro da Casa Branca: os Estados Unidos não pretendem seguir financiando uma guerra sem perspectiva de vitória nem de paz.
- O presidente Donald Trump recebeu o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy na Casa Branca: nada de mísseis de cruzeiro Tomahawk. ABC News/Reprodução
- Fonte: Financial Times/Brasil 247